Na manhã de ontem, segunda-feira (25 de junho de 2012), na Sala de Imprensa da Santa Sé, foram apresentadas as "Orientações para a promoção das vocações ao ministério sacerdotal". O documento de 25 páginas, elaborado pela Congregação para a Educação Católica e pela Pontifícia Obra para as Vocações Sacerdotais, foi apresentado pelo prefeito do dicastério vaticano responsável pelos seminários, Cardeal Zenon
Grocholewski, o arcebispo secretário da Congregação Jean-Louis Bruguès, e o subsecretário
monsenhor Vincenzo Zani.
Os irmãos Georg e Joseph Ratzinger,
no dia da Ordenação Presbiteral
Jovens se sentirão atraídos ao sacerdócio
vendo presbíteros coerentes
VATICANO, 25 Jun. 12 / 02:33 pm (
ACI)
Hoje pela manhã foi apresentado na Santa Sé o documento "Orientações
pastorais para a promoção das vocações ao ministério sacerdotal", que
assinala que o testemunho coerente e feliz dos presbíteros é um dos
requisitos necessários para que mais jovens se sintam atraídos à vocação
sacerdotal.
Na apresentação participaram o Prefeito da
Congregação para a Educação Católica, Cardeal Zenon Grocholewski, junto
de Dom Jean-Louis Brugués e Dom Angelo Vincenzo Zani, secretário e
subsecretário deste dicasterio respectivamente.
O Cardeal Grocholewski afirmou que "o cuidado das vocações ao sacerdócio, é um desafio permanente para a Igreja".
Nesse sentido, o documento, que consta de três partes, examina a
situação atual das vocações e a pastoral encarregada delas, analisa a
identidade do ministério sacerdotal e propõe sugestões para a animação
pastoral das vocações.
A primeira parte assinala que a diminuição demográfica e a crise da família, a difusão da mentalidade secularizada, assim como as difíceis condições de vida
e do ministério do sacerdote, são razões que contrastam a pastoral
vocacional, evidentes, sobre tudo nas Igrejas de antiga tradição cristã
do Ocidente:
"Considerando estas dificuldades se enumeram as
condições necessárias para que a graça do chamado encontre um terreno
fértil na Igreja e na abertura dos jovens à vocação sacerdotal:
encontrar um terreno fecundo de vida cristã na comunidade eclesiástica; a
função insubstituível da oração;
o valor da pastoral integrada; um novo impulso de evangelização e
missão; o papel central da família; o testemunho coerente e feliz dos
presbíteros; a eficácia educativa das experiências de voluntariado; o
valor das escolas e universidades", assinalou o Cardeal.
Por sua
parte, Dom Bruguès advertiu de "a tendência a uma transformação
progressiva do sacerdócio em profissão ou ofício" que pode acompanhar a
"periculosidade do ativismo exasperado; o crescente individualismo que,
com não pouca frequencia, encerra o sacerdote em uma solidão negativa e
deprimente; a confusão de funções na Igreja que se determina quando se
perde o sentido da diferença de competências e de responsabilidades e
não se conjuga os esforços para a colaboração na única missão confiada
ao Povo de Deus".
Diante do quadro, o bispo recordou que a
vocação ao sacerdócio se emoldura "no âmbito do diálogo de amor entre
Deus e o ser humano", que embora igual ao da vocação à vida cristã,
"assume os traços característicos da chamada a uma relação típica,
estável e muito exigente com Jesus mesmo, modelo único do sacerdócio do
Novo Testamento".
"Esta relação, nova e específica com Jesus, faz
entrar em chamado em uma relação igualmente nova e específica com a
comunidade cristã", afirmou.
O documento assinala que para uma
adequada formação sacerdotal é necessária "uma prolongada experiência de
vida comunitária para evitar novas formas de clericalismo, situações de
centralizações pastorais inoportunas, serviços pastorais em part-time,
escolhas ministeriais ajustadas às necessidades individuais, incapazes
duma visão de conjunto e de unidade da comunidade.".
Do mesmo
modo, o documento indica que "a integração e a maturação afetiva são uma
meta necessária para saber acolher a graça do Sacramento”.
“Sem
dúvida, a vida de cada sacerdote e de todo o presbitério diocesano,
capaz de forjar a imagem ideal do sacerdote e as condições do seu
ministério na vida ordinária também através da sua visibilidade,
favorece o caminho de crescimento do chamamento à vocação presbiteral”,
afirma o texto.
“Os exemplos de sacerdotes, venerados como
santos, contribuem muito ao encorajamento e à generosidade dos
“vocacionados””, recorda ainda a guia de orientações.
Ao final da
apresentação, Dom Zani indicou que este documento reitera "que o campo
fecundo da semente vocacional é uma comunidade cristã que escuta a
Palavra, reza com a liturgia e testemunha a caridade".
O texto,
indicou o prelado, "dirige a toda a Igreja um chamado a reatar com
confiança seu compromisso educativo para a acolhida do chamado de Deus
ao ministério sacerdotal, que ainda hoje devemos considerar difundido
por sua Providência, e adequado às necessidades eclesiásticas e da
evangelização do mundo".