sábado, 19 de outubro de 2013

Rezar e anunciar o Evangelho é tarefa de todo cristão, afirma Francisco

Em sua catequese desta manhã diante de milhares de pessoas reunidas na Praça de São Pedro, o Papa explicou que a Igreja é Apostólica porque está fundada sobre os Apóstolos e como tal, deve rezar e anunciar o Evangelho. O Santo Padre explicou também que uma Igreja que se fecha em si mesma, em seu passado e nas pequenas normas rotineiras “trai sua identidade”.

O Santo Padre disse que “A Igreja é apostólica porque é fundada na pregação e na oração dos Apóstolos, sobre a autoridade que foi dada a eles pelo próprio Cristo. São Paulo escreve aos cristãos de Éfeso: “Sois concidadãos dos santos e membros da família de Deus, edificados sobre o fundamento dos apóstolos e profetas, tendo por pedra angular o próprio Cristo Jesus” (2, 19-20); compara, isto é, os cristãos a pedras vivas que formam um edifício que é a Igreja, e este edifício é fundado sobre os Apóstolos, como colunas, e a pedra que apoia tudo é o próprio Jesus. Sem Jesus não pode existir a Igreja! Jesus é justamente a base da Igreja, o fundamento!”

Durante a catequese da audiência geral na Praça de São Pedro afirmou que “Professar que a Igreja é apostólica significa destacar a ligação constitutiva que essa possui com os Apóstolos, com aquele pequeno grupo de doze homens que Jesus um dia chamou a si, chamou-os pelo nome, para que permanecessem com Ele e para enviá-los a pregar (Mc 3, 13-19). “Apóstolo”, de fato, é uma palavra grega que quer dizer “mandado”, “enviado”. Um apóstolo é uma pessoa que é mandada, é enviada a fazer alguma coisa e os Apóstolos foram escolhidos, chamados e enviados por Jesus para continuar a sua obra, para orar – é o primeiro trabalho de um apóstolo – e, segundo, anunciar o Evangelho.”, sublinhou o Pontífice, recordando que nos primeiros anos da Igreja, para que os apóstolos pudessem ter também tempo para rezar, instituíram-se os diáconos que lhes ajudavam na missão evangelizadora.

“Quando pensamos nos sucessores dos Apóstolos, os Bispos, incluindo o Papa, porque ele também é um bispo, devemos perguntar-nos se este sucessor dos Apóstolos primeiro reza e depois se anuncia o Evangelho: isto é ser Apóstolo e por isto a Igreja é apostólica”.

Mas, perguntou-se Francisco: “como é possível para nós nos conectarmos com aquele testemunho, como pode chegar até nós aquilo que viveram os Apóstolos com Jesus, aquilo que escutaram Dele? Eis o segundo significado do termo “apostolicidade”. O Catecismo da Igreja Católica afirma que a Igreja é apostólica porque “protege e transmite, com a ajuda do Espírito Santo que nela habita, o ensinamento, o depósito precioso, as salutares palavras ouvidas da boca dos Apóstolos” (n. 857). A Igreja conserva ao longo dos séculos este precioso tesouro que é a Sagrada Escritura, a doutrina, os Sacramentos, o ministério dos Pastores, de forma que possamos ser fiéis a Cristo e participar da sua própria vida“.

“É como um rio que flui na história, desenvolve-se, irriga, mas a água que escorre é sempre aquela que parte da fonte, e a fonte é o próprio Cristo: Ele é o Ressuscitado, Ele é o Vivo, e as suas palavras não passam, porque Ele não passa, Ele está vivo, Ele está entre nós hoje aqui, Ele nos sente e nós falamos com Ele e Ele nos escuta, está no nosso coração. Jesus está conosco hoje!”, afirmou.

Dirigindo-se aos milhares de pessoas reunidas na Praça de São Pedro, o Santo Padre questionou: “Mais uma vez perguntemo-nos: somos missionários com a nossa palavra, mas, sobretudo, com a nossa vida cristã, com o nosso testemunho? Ou somos cristão fechados no nosso coração e nas nossas igrejas, cristãos de sacristia? Cristãos só nas palavras, mas que vivem como pagãos? Devemos fazer-nos estas perguntas, que não são uma repreensão. Também eu digo a mim mesmo: como sou cristão, com o testemunho verdadeiro?”.

Por último, declarou o Santo Padre, “a Igreja tem as suas raízes no ensinamento dos Apóstolos, testemunhas autênticas de Cristo, mas olha para o futuro, tem a firme consciência de ser enviada – enviada por Jesus – a ser missionária, levando o nome de Jesus com a oração, o anúncio e o testemunho. Uma Igreja que se fecha em si mesma e no passado ou uma Igreja que olha somente para as pequenas regras de hábitos, de atitudes é uma Igreja que trai a própria identidade; uma Igreja que trai a própria identidade!”

“Redescubramos hoje toda a beleza e a responsabilidade de ser Igreja apostólica! E lembrem-se: Igreja apostólica porque rezamos – primeira tarefa – e porque anunciamos o Evangelho com a nossa vida e com as nossas palavras”, concluiu o Santo Padre.

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