quinta-feira, 31 de março de 2011

Dom Gilberto preside reunião do CEP em São Luis

Dom Gilberto e Pe. Valdeci no dia de sua posse como Pároco da Catedral

Dom Gilberto e Padre Valdeci, chegaram ontem à noite dia 30 de março aqui São Luís, para participarem da reunião do Conselho Episcopal Regional. Dom Gilberto segue viagem daqui de São Luís ainda hoje, Pe. Valdeci que é pároco da Catedral ficará aqui em São Luís até o próximo sábado quando retornará a Imperatriz. Leia a convocatória de Dom Gilberto presidente do Regional a todos os membros do CEP – Conselho Episcopal de Pastoral:

Imperatriz, 04 de março de 2011

Prezados membros do Conselho Episcopal de Pastoral
Regional Nordeste V

Com alegria e disposição, iniciamos mais um ano de trabalhos no nosso Regional, a fim de que o seu objetivo de promover a Pastoral Orgânica na Província Eclesiástica do Maranhão possa ter êxito.

Como atividade integrante do nosso calendário, temos no dia 31 de março, a primeira reunião do Conselho Episcopal de Pastoral - CEP, cujos assuntos deverão seguir a seguinte pauta:

1 – Bispos referenciais e coordenadores de pastorais regionais

2 – Calendário Regional

3 – Assembleia Regional de Pastoral

4 – Romaria da Terra e das Águas

5 – Curso de formação Regional

6 – Comunicações

No cumprimento das atribuições inerentes ao cargo de Presidente do Regional Nordeste V, convoco todos os membros do Conselho Episcopal de Pastoral – CEP, do Regional Nordeste V para a referida reunião, com início às 09:00 e término às 17:00 horas no auditório do IESMA.

Venha o teu Reino!


Dom Gilberto Pastana de Oliveira

Bispo de Imperatriz
Presidente do Regional Nordeste V da CNBB

quinta-feira, 24 de março de 2011

O VÉU QUARESMAL DAS IMAGENS E CRUZES

Publico aqui a postagem mais recente do meu blog sobre Liturgia, "Ars Celebrandi". É uma pequena pesquisa acerca do costume de cobrir as imagens e cruzes na última semana da Quaresma em resposta a um questionamento sobre o seu significado. Aproveite, caro leitor, e visite o meu blog que está passando por atualizações. O endereço é: www.artedecelebrar.blogspot.com. Visite, comente, mande sugestões ou dúvidas.

***


Permanece vivo em muitas igrejas o costume de cobrir com um véu roxo a cruz e as imagens sacras durante a última semana da Quaresma. Embora tal tradição já se tenha perdido em alguns lugares e em outras tantos não se saiba mais qual seu significado, a igreja ainda o recomenda. Neste pequeno artigo apresentaremos algumas informações de caráter histórico sobre a origem desse costume e, ao fim, verificaremos nos livros litúrgicos restaurados por decreto do Concílio Vaticano II como se deve proceder atualmente.

O velum quadragesimale

Véu quaresmal que cobre todo o presbitério (Freiburg - Münster, Alemanha)

Para descobrir a origem do véu das imagens é preciso retroceder aos primeiros séculos do cristianismo, pois é a partir da prática penitencial antiga que se desenvolverá esse costume, como veremos. A disciplina penitencial da Igreja antiga era extremamente rígida: durante meses e até anos, ou em certos casos até ao fim da vida, o penitente deveria realizar atos ascéticos e não poderia participar plenamente da liturgia. Assim como os penitentes, todos os pagãos, hereges e os catecúmenos não podiam acompanhar toda a celebração eucarística.
Sinal disso é que, até a publicação do Missal de Paulo VI (1969), a missa era dividida em duas partes: a “missa dos catecúmenos” (orações ao pé do altar, intróito, kyrie, glória, oração coleta, leitura, salmo gradual, evangelho, prédica, credo) e missa dos fiéis (ofertório, cânon, ritos de comunhão, oração pós-comunhão, bênção final, último evangelho). De início a missa dos catecúmenos era concluída com uma oração de bênção e o convite do diácono para os “não-fiéis” já enumerados retirarem-se¹.
Tal convite – que num largo processo desembocou no atual “Ite, missa est”, “Ide, a missa terminou” ou “Ide, é a missa [missão, envio]” – marcava a saída dos catecúmenos e penitentes do recinto sagrado. Os penitentes eram reconciliados na manhã da Quinta-feira Santa, para participarem do Tríduo Pascal.
Segundo D. Prósper Guéranger e o Pe. João Batista Reus (p. 149-150), quando a penitência pública caiu em desuso e passou a ser praticada a penitência privada dada pelo confessor, o sentido da saída dos penitentes foi preservado com o uso litúrgico do “velum quadragesimale”, o “véu da quaresma”. Esse véu inicialmente recobria todo o presbitério, ocultando completamente o altar aos olhos de todos, como que advertindo-os de que é necessário fazer penitência antes de tomar parte nos Sagrados Mistérios.

O Pe. Edward McNamara conduz tal costume a uma tradição germânica:
Em seguida, tal prática foi simplificada. Desapareceu o véu quaresmal, ficando apenas o véu da cruz e das imagens.
... a origem histórica desta prática [...] provavelmente deriva do costume, existente na Alemanha desde o IX século, de estender um grande tecido na frente do altar desde o início da Quaresma. Este tecido, chamado “Hungertuch” (pano de fome), cobria inteiramente o altar para os fiéis durante a quaresma e não era removido até a leitura da Paixão na Quarta-feira Santa, às palavras “o véu do templo partiu-se em dois”. (tradução livre nossa – original em inglês)

Uma interpretação alegórica: “... mas Jesus escondeu-se” (Jo 8,59)

Após a explicação da origem histórica dos véus quaresmais, vejamos agora o significado alegórico e espiritual que foi atribuído a este rito e que ajuda a tomá-lo como auxílio visual na preparação à Páscoa do Senhor.

Na liturgia anterior ao Concílio Vaticano II, chamada agora de “Forma Extraordinária do Rito Romano”, a V Semana da Quaresma era chamada de Tempo da Paixão, estendendo-se até o início do Tríduo Sacro. Era um período profundamente austero.

Se no IV Domingo (Laetare²) a Igreja despojou-se das vestes penitenciais para vestir as da alegria pela proximidade da Páscoa, agora no Tempo da Paixão ela deve intensificar a penitência e estimular os piedosos pensamentos sobre a morte de Cristo.

Durante toda a Quaresma o “enlutamento” da Igreja pelo Noivo que é retirado vai tornando-se sempre maior. Durante o Tempo da Paixão, além do “Aleluia” e do “Glória a Deus nas alturas”, que não são entoados desde a Quarta-feira de Cinzas, também não é mais rezado o “Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo”. Ao aproximar-se o sacrifício do Cordeiro Pascal a Igreja mergulha na dor da sua morte.

Os paramentos deste tempo ainda são roxos. Mas (sempre na liturgia anterior a 1969) na Sexta-feira Santa o luto chegará ao seu ápice: a Igreja vestir-se-á de preto, como faz por ocasião do falecimento de qualquer cristão (embora hoje dificilmente se veja um padre vestir paramentos pretos em celebrações exequiais...). É o dia da morte do Esposo. Dia de luto universal.

No Domingo da Paixão (hoje V Domingo da Quaresma) lia-se o evangelho de João 8,46-59, que apresenta o grande conflito de Jesus com os judeus. Ele apresenta-se como o Messias divino (“Eu sou” é o nome de Deus), anterior a Abraão (cf. Jo 8,58). O resultado é que os judeus tentam apedrejá-lo. Jesus tem de esconder-se e sair do templo.

Ao escolher este evangelho, a liturgia anterior ressaltava o clima de tensão que conduziria à condenação capital de Jesus. Para expressar simbolicamente esse mistério a liturgia cobria as imagens com um véu roxo. Este é o sentido espiritual apresentado por D. Prósper Guéranger, OSB:

Na espera desta hora [a hora da agonia do Filho, quando o Esposo será tirado], a santa Igreja manifesta os seus dolorosos pressentimentos velando antecipadamente a imagem do divino Crucificado. A própria Cruz fica invisível aos fiéis, desaparecendo através de um véu. Não se verão mais as imagens dos santos, porque é justo que o servo se esconda, quando se eclipsa a glória do Patrão. Os intérpretes da Liturgia ensinam que o austero uso de velar a Cruz no tempo da Paixão significa a humilhação do Redentor, que foi constrangido a esconder-se para não ser lapidado pelos judeus... (tradução livre nossa – original em italiano).
O véu das imagens no Missal de Paulo VI

Historicamente, como vimos, a velatio das imagens é uma adaptação do costume de impedir aos penitentes, hereges e não-batizados a participação, a “visão” dos Sagrados Mistérios: da expulsão dos penitentes passou-se ao véu amplo que escondia todo o presbitério e que foi reduzido, posteriormente, ao véu das cruzes e imagens sacras na Igreja.

Do ponto de vista espiritual o costume foi interpretado como sinal da penitência à qual todos os fiéis são chamados, ainda como sinal da antecipação do luto da Igreja pela morte do seu Esposo e da humilhação de Cristo, que teve de esconder-se para escapar da ameaça de morte.

Até a publicação do Missal de Paulo VI, em 1969, era obrigatório o costume de cobrir as imagens na V Semana da Quaresma. A reforma litúrgica, porém, ao contrário do que muitos imaginam, não aboliu este uso. Ele foi tornado facultativo, podendo ser mantido a juízo das conferências episcopais. É o que afirma a rubrica do sábado da IV Semana da Quaresma:
Pode-se conservar o costume de cobrir as cruzes e imagens da igreja, a juízo das Conferências Episcopais. As cruzes permanecerão veladas até o fim da celebração da Paixão do Senhor, na Sexta-feira Santa. As imagens, até o início da Vigília Pascal.

Note-se, contudo, que mesmo onde não se mantém o costume de cobrir com o véu roxo as imagens na última semana quaresmal, é recomendado cobrir ou retirar da igreja as cruzes no final da Missa na Ceia do Senhor, na Quinta-feira Santa, durante o Tríduo Pascal, de modo que na Celebração da Paixão apresente-se aos fiéis uma única cruz. No final da Celebração da Paixão todas as cruzes são desveladas. Eis a rubrica do Missal Romano:
Após alguns momentos de adoração silenciosa [ao Santíssimo Sacramento que foi levado em procissão após a oração depois da comunhão], o sacerdote e os ministros fazem genuflexão e voltam à sacristia. Retiram-se as toalhas do altar e, se possível, as cruzes da Igreja. Convém velar as que não possam ser retiradas.

Se na sua igreja este belo costume ainda é conservado, aproveite essas informações para explicar aos demais membros da comunidade o seu sentido. Assim, também com os sinais externos da penitência, do recolhimento, da purificação da visão e do coração de tudo o que é secundário ou mesmo supérfluo, poderemos concentrar o nosso sentir, pensar e agir no Cristo Crucificado. Com os olhos fixos no Senhor, percorrendo com ele a Via Dolorosa, chegaremos às núpcias do Cordeiro Redivivo, à Páscoa da Ressurreição.
Laersio da Silva Machado
Seminarista da Diocese de Imperatriz,
3º ano de Teologia

Notas:
¹ Pode-se aprofundar o assunto no livro clássico de Pe. Josef Andreas Jungmann, Missarum Sollemnia, Parte III “Os ritos das partes da missa. A liturgia da Palavra”, Capítulo II “A Liturgia da Palavra”, n. 9 “Despedidas”, (São Paulo: Paulus, 2009. pp. 460-465).


REFERÊNCIAS

MISSAL ROMANO. Restaurado por decreto do Sagrado Concílio Ecumênico Vaticano Segundo e promulgado pela autoridade do Papa Paulo VI. Tradução portuguesa da 2ª edição típica para o Brasil. São Paulo/Petrópolis: Paulinas/Vozes, 1992.

GUÉRANGER, D. Prósper, OSB. L’Anno liturgico. “Mistica del Tempo di Passione e Settimana Santa” Disponível em: . Acesso em: 24 mar. 2011. (em italiano)

REUS, João Batista, SJ. Curso de liturgia. 2.ed.rev.aum. Petrópolis: Vozes, 1944.

JUNGMANN, Josef Andreas. Missarum Sollmenia: origens, liturgia, história e teologia da missa romana. 5.ed.corr. São Paulo: Paulus, 2009.

MCNAMARA, Edward. Covering of crosses and images in lent. Entrevista publicada em Zenit, 03 mar. 2005. Disponível em: . Acesso em: 24 mar. 2011. (em inglês)

RIGHETTI, Mario. Historia de la liturgia: I – Introduccion general. El año liturgico. El breviario. Madrid: La Editorial Catolica, 1955. (Biblioteca de autores cristianos – BAC, 132). (em espanhol)

quarta-feira, 23 de março de 2011

Pe. Benedito Araújo nomeado bispo coadjutor de Guajará-Mirim/RO

Hoje foi anunciada pela Santa Sé a nomeação episcopal de Pe. Benedito Araújo, até o momento pároco da Paróquia Nossa Senhora de Nazaré no Cohatrac, em São Luís, e professor de Ecumenismo e Diálogo Inter-religioso no IESMA. Pe. Biné, como é conhecido, foi professor de muitos dos padres de nossa diocese de Imperatriz e dos seminaristas que cursam o 4º e 3º anos de Teologia atualmente.

Postamos a notícia completa publicada pela CNBB:

Nomeado bispo coadjutor da diocese de Guajará-Mirim




O papa Bento XVI nomeou, nesta quarta-feira, 23, bispo coadjutor da diocese de Guajará-Mirim, no Estado de Rondônia, o padre Benedito Araújo. A nomeação atende a um pedido do bispo da diocese, dom Geraldo Verdier.

Atual pároco da paróquia Nossa Senhora de Nazaré, em São Luis do Maranhão, e professor no Instituto de Estudos Superiores do Maranhão (IESMA), padre Benedito tem 47 anos e foi ordenado presbítero no dia 21 de novembro de 1991, na arquidiocese de São Luís.
Natural de Conceição, Itapecuru Mirim (MA), fez seus estudos de filosofia e teologia no Centro de Estudos Teológicos do Maranhão, atual IESMA. Tem especialização em psicopedagogia pela PUCRS e mestrado em ecumenismo pelo Institutum de Studiis Oecumenicis, em Veneza, Itália.

Padre Benedito foi reitor do Centro Vocacional Cura D´Ars; promotor vocacional; coordenador da Pastoral Vocacional do Regional Nordeste V da CNBB; Vice-reitor e Reitor do Seminário Interdiocesano Santo Antônio; Coordenador Pastoral da Arquidiocese; membro do Colégio de Consultores e do Conselho Presbiteral, da Associação Regional e Nacional dos Presbíteros; vigário e pároco da paróquia Nossa Senhora de Nazaré; administrador paroquial das paróquias São Pedro e Divino Espírito Santo; pároco da paróquia Sagrada Família.

Fonte: CNBB (www.cnbb.org.br)

terça-feira, 15 de março de 2011

Reitor do Bom Pastor participa de Retiro anual do clero

Pe. Elisvaldo em Niteroi  - RJ foto do dia 10/09/2010

Estando no período Quaresmal o Clero da Diocese de Imperatriz aproveita esse momento para retirar-se e fazer uma reflexão mais profunda nesse período em que a Igreja nos convida a caminhada penitencial: Oração, jejum e esmola. Pe. Elisvaldo reitor do Seminário Bom Pastor viajou na noite do sábado dia 12/03 para participar da Abertura CF – 2011 na nossa diocese e para o Retiro do Clero de Imperatriz. O Retiro será realizado no Centro de treinamento e tem como pregador Dom José Ascona bispo Prelado do Marajó, no Estado do Pará.

Seminaristas de Imperatriz e Carolina participam de abertura da CF 2011 e acolhida de bispo auxiliar

No sábado dia 12 de março em São Luis aconteceu a abertura oficial da CF 2011 nesta Arquidiocese. Nesta celebração foi acolhido o novo bispo auxiliar de Dom José Belisário que é Dom José Carlos. Dom Gilberto presidente do Regional NE5 e bispo de Imperatriz fez a acolhida ao novo bispo do NE5. Com muita alegria os arquidiocesanos agradeceram a Dom Geraldo Dantas pelo serviço prestado a Arquidiocese de São Luis. Roguemos a Deus que abençoe nossos bispos e a Igreja do Maranhão.

Dom Gilberto preside Via Sacra no Bom Pastor

A primeira Via Sacra do tempo quaresmal no Seminário Bom Pastor, foi presidida pelo nosso bispo Dom Gilberto, que estava em visita pastoral aos seminaristas de Imperatriz. Na sexta-feira dia 11 de março as 18:00h os seminaristas junto com o reitor Pe. Elivaldo participaram deste momento de fé.

sábado, 12 de março de 2011

A VIA-SACRA E A PIEDADE POPULAR



Neste tempo da Quaresma uma das mais difundidas manifestações da piedade popular é a Via-Sacra. É uma prática devocional muito querida de nosso povo, que faz memória da Paixão do Senhor acompanhando-o no percurso que vai do Horto das Oliveiras ao Monte Calvário e ao Santo Sepulcro. O testemunho principal de quanto este exercício é caro aos católicos são as inúmeras “Vias Sacras” erigidas nas igrejas, jardins e colinas ao redor do mundo.


Como surgiu a Via-Sacra? 


Durante a Idade Média as visitas à Terra Santa cresceram em número de viagens e de peregrinos. O homem medieval era, por excelência, o Homo viator, o viajante, o peregrino, que está neste mundo, mas caminhando para os céus. Este profundo sentimento de transitoriedade alimentou as práticas devocionais relacionadas às romarias. Jerusalém era, desde o início, um dos destinos favoritos.


Mas já desde o IV século há informações seguras de viagens de devotos aos Lugares Santos, para fazer penitência nos locais da vida terrena de Jesus. O relato mais conhecido é o da Peregrinação de Etéria (ou Egéria), que descreve os ritos litúrgicos da Igreja de Jerusalém ao longo de todo o ano, com ênfase para o Santo Tríduo.


A Via-Sacra é a expressão de todas as devoções medievais à Paixão do Senhor condensadas em uma única prática: peregrinação à Cidade Santa, devoção às “quedas” do Senhor, às suas dores no caminho (Via dolorosa), às “estações” (paradas) de Cristo rumo ao Calvário, etc.


Em sua forma tradicional, composta de XIV estações, a Via-Sacra estava formada já na primeira metade do século XVII. Ela foi difundida por toda a Europa principalmente pelo franciscano São Leonardo de Porto Maurício (1676-1751).


Este santo frade impunha-a muitas vezes como penitência sacramental e erigia as suas estações em todas as missões que pregava. Ao final de sua vida contam-se, apensa na Itália, 571 povoados nos quais S. Leonardo estabeleceu a Via Crucis.


Mesmo em Roma deve-se a este santo a popularidade deste pio exercício. Se hoje o Santo Padre, o Papa, na noite da Sexta-feira Santa, percorre a Via-Sacra no Coliseu é porque São Leonardo, no Ano Santo de 1750, conseguiu que o papa Bento XIV lhe permitisse erigir a Via Crucis ali. Ele escreveu à época: “Estou ficando velho. (...) De toda maneira, consola ver que o Coliseu deixou de ser um lugar de atração para converter-se em um verdadeiro santuário...".


Espiritualidade da Via-Sacra 


A Via-Sacra contém em si os elementos fundamentais de várias expressões da espiritualidade cristã. Ora, se “espiritualidade” é a busca de viver impulsionado pelo mesmo espírito de Jesus, então a Via Crucis, como imitação do caminho do Calvário, conduz os fiéis a imitarem também sua entrega amorosa, no mesmo espírito de doação e sacrifício de Cristo.

Ela resume também a espiritualidade da peregrinação, do Homo viator, como já dissemos: a vida é caminhada, é o percorrer as estradas desta vida rumo à Pátria definitiva. Mas é também expressão visível da Sequela Christi, do seguimento de Cristo: “Se alguém quer vir após mim, renuncie a si mesmo, tome sua cruz cada dia e siga-me” (Lc 9,23). Mais do que a imitação teatral, trata-se de – também por expressões externas, mas antes de tudo internas – assumir espiritualmente a cruz do discipulado e da missão.

Isto nos é recordado na oração de bênção das estações da Via-Sacra: 


Ó Deus, o vosso Filho foi entregue por nós e ressuscitou, para que nós, morrendo ao pecado, vivêssemos para a justiça; vinde, pela graça da vossa bênção, conceder a estes fiéis, que celebram o piedoso exercício da vossa paixão, carregando sua cruz com paciência, possam alegrar-se, um dia, com a revelação da vossa glória. Por Cristo, nosso Senhor. Amém. (Ritual de Bênçãos, Cap. XXXIV, n. 1109).

Algumas orientações da Igreja


O pio exercício da Via-Sacra é uma devoção aprovada oficialmente pela Igreja, recomendada aos fiéis e enriquecida com indulgência plenária. Para isto, e para que ela produza adequados frutos espirituais, a Igreja nos oferece algumas instruções:
  • A Via-Sacra deve conter quatorze cruzes, que podem ser acompanhadas ou não de imagens/quadros que recordem as cenas do caminho da Paixão (cf. Ritual de Bênçãos, Cap. XXXIV, n. 1098; cf. CNBB, Manual das indulgências, “Via-Sacra”).
  • As meditações de cada estação não precisam ser as tradicionais, mas podem-se utilizar outros textos aprovados, desde que digam respeito a episódios evangélicos da Paixão do Senhor (deve-se recordar que algumas estações provêm da Tradição, não sendo narradas nos Evangelhos, como, por exemplo, a cena de Verônica; cf. Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, Diretório sobre piedade popular e liturgia, n. 134);
  • O movimento (caminhar), seja de todos os devotos, seja do dirigente apenas, é imprescindível para que o sentido espiritual da Via-Sacra seja experimentado. “Um desenvolvimento sábio da Via-Sacra, em que palavra, silêncio, canto, caminhar processional e parada reflexiva se alternem de modo equilibrado, contribui para a consecução de frutos espirituais dessa prática de piedade.” (Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, Diretório sobre piedade popular e liturgia, n. 135).

Há ainda outro ponto. Muitos subsídios para este pio exercício acrescentam uma XV estação, que faz memória da Ressurreição. Ao contrário do que se poderia imaginar, tal prática não é abusiva, mas aprovada e, de certo modo, recomendada pela Igreja. Citamos novamente o Diretório (n. 134): 


A Via-Sacra é a prática de piedade relativa à Paixão de Cristo; entretanto, é oportuno que se conclua de tal maneira que os fiéis se abram à espera, cheia de fé e de esperança, da ressurreição; a exemplo da parada na Anástasis, no final da Via-Sacra em Jerusalém, pode se encerrar a prática de piedade com a memória da ressurreição do Senhor.

De fato, já a “Peregrinação de Etéria” (séc. IV) faz referência a tal statio na Anástasis (o Santo Sepulcro) após a memória da Paixão do Senhor na Sexta-feira Santa.

E os pés descalços?






Em nossa Diocese o exemplo de Dom Gilberto durante a Via-Sacra na manhã de Sexta-feira Santa na Catedral de Fátima chamou a atenção de muitos. Fazendo o piedoso exercício com os pés descalços, Dom Gilberto levou muitos católicos a fazerem o mesmo. Mas qual a origem deste gesto?

A origem remota é a celebração da Sexta-feira da Paixão do Senhor em Roma. O imperador Constantino, após a descoberta dos restos da Cruz de Cristo por Santa Helena, sua mãe, transformou o palácio em que ela residia em igreja. É a atual Basílica de Santa Cruz em Jerusalém, em Roma. Durante séculos foi nela que o papa celebrou a liturgia da Paixão (era a statio desse dia).

Para essa celebração, na qual as relíquias da Santa Cruz eram veneradas, o papa dirigia-se em procissão, acompanhado dos cardeais e demais membros do clero romano, com os pés descalços.

Este costume foi estendido para todo o rito romano. Até a publicação do Missal de Paulo VI (1969), todos os presbíteros e bispos (e, por costume, também os diáconos e subdiáconos) faziam a veneração da Cruz descalços. Hoje esse gesto ainda é previsto pelo Cerimonial dos Bispos (n. 322):  o bispo, retirando a casula e, se considerar oportuno, os sapatos, aproxima -se por primeiro para a veneração da cruz. É uma cena profundamente marcante ver um bispo ou o papa retirar os paramentos e os calçados, para com toda humildade adorar no madeiro quem despojou-se de sua glória para nos salvar. 

Que nesta Santa Quaresma ao participarmos da Via-Sacra em nossas comunidades, estejamos imbuídos do espírito de doação e entrega de Cristo, do desejo de segui-lo até as últimas consequências, do arrependimento sincero de nossos pecados que fizeram pesar a cruz de nosso Senhor e, também, de solidariedade com os sofredores de nosso tempo.

Laersio da Silva Machado
(3º teo.) 

quinta-feira, 10 de março de 2011

VISITA CANÔNICA AO SEMINÁRIO BOM PASTOR


Nesta quinta-feira, 10 de março, Iniciou com a Oração das Laudes a visita canônica de Dom Gilberto ao Seminário Bom Pastor neste primeiro semestre de 2011. Dom Gilberto as 18:30h presidirá a Santa Eucaristia que será concelebrada pelo reitor do Seminário Pe. Elisvaldo Cardoso. Nosso bispo fica entre nós até dia 13 de março, onde retorna para a Diocese de Imperatriz. Dia 12, juntamente com os demais bispos do Regional, irá acolher o novo bispo auxiliar da Arquidiocese de São Luís Dom José Carlos.

segunda-feira, 7 de março de 2011

Manhã de Espiritualidade

Dia 05 de março sob a coordenação do reitor do seminário Pe. Elisvaldo foi realizada a manhã de espiritualidade com o tema: “Oração e CF 2001”. Reflexões sobre as diversas formas de oração e uma explanação sobre a CF 2011 “Fraternidade e a vida no planeta”. 


Oração da noite do dia 04.03.2011


II Noite Cultural


Com grande expectativa os teólogos esperaram a noite de sexta-feira dia 04 de março para a II Noite Cultural do Bom Pastor. Organizada pelos filósofos foi um sucesso a noite denominada “pizza com farofa”. Noite de alegria e convivência fraterna entre filósofos e teólogos com o reitor Pe. Elisvaldo. A próxima será organizada pelos teólogos em abril.