quarta-feira, 28 de maio de 2014

Paz e ecumenismo: na Audiência, Papa recorda sua viagem à Terra Santa

RealAudioMP3 
Cidade do Vaticano (RV) – A viagem à Terra Santa foi o tema da Audiência Geral esta quarta-feira, na Praça S. Pedro.

O Papa Francisco fez uma pausa em suas catequeses sobre os sete dons do Espírito Santo, para falar da recente peregrinação que ele definiu como “um grande dom para a Igreja”.

Depois de agradecer a todas as autoridades eclesiásticas e civis que cooperaram para a realização da visita, de modo especial aos franciscanos, o Pontífice recordou a motivação principal que o levou à terra de Jesus: celebrar os 50 anos do encontro entre Paulo VI e o Patriarca Atenágoras, rezando desta vez no Santo Sepulcro com Bartolomeu I.

“Naquele local onde ressoou o anúncio da Ressurreição, sentimos toda a amargura e o sofrimento das divisões que ainda existem entre os discípulos de Cristo. A divisão faz mal ao coração. Ainda estamos divididos? Naquele local onde Jesus nos dá a vida, nós ainda estamos um pouco divididos”, disse Francisco. Mas sobretudo, naquela celebração repleta de recíproca fraternidade, estima e afeto, ouvimos forte a voz do Bom Pastor ressuscitado que quer reunir todas as suas ovelhas em um só rebanho; sentimos o desejo de curar as feridas ainda abertas e prosseguir com afinco o caminho para a plena comunhão.”

Mais uma vez, como fizeram os Papas precedentes, eu peço perdão por aquilo que fizemos para favorecer esta divisão. E peço ao Espírito Santo que nos ajude a curar as feridas que nós fizemos aos outros irmãos. Todos somos irmãos em Cristo e com o Patriarca Bartolomeu somos amigos, irmãos, compartilhamos a vontade de caminhar juntos.
O Papa continuou recordando que outra finalidade desta peregrinação foi encorajar na região o caminho rumo à paz – encorajamento feito nas três etapas da visita: Jordânia, Palestina e Israel. “Eu o fiz sempre como peregrino, levando no coração uma grande compaixão pelos filhos daquela Terra, que há muito tempo convivem com a guerra e têm direito de conhecer finalmente dias de paz! (...) A paz se faz artesanalmente. Não existem indústrias de paz. Ela é feita todos os dias, artesanalmente, e também com o coração aberto para venha o dom de Deus.”

Na Jordânia, Francisco se declarou “impressionado” com a generosidade da população, que acolhe milhares de refugiados em seu território. “Que Deus abençoe este povo acolhedor”, disse o Papa, pedindo que a comunidade internacional ajude o país neste trabalho de acolhimento.

Ainda sobre o tema da paz, o Pontífice recordou o convite feito aos Presidentes de Israel e da Palestina, “homens de paz e artífices da paz”, a virem ao Vaticano para rezarem pela paz.

Por favor, peço a vocês que não nos deixem só. Rezem muito para que o Senhor nos dê a paz naquela terra abençoada. Conto com a oração de vocês, forte, rezem muito para que reine a paz.
Por fim, Francisco afirmou que sua viagem foi também a ocasião para confirmar na fé as comunidades cristãs que tanto sofrem, e expressar a gratidão de toda a Igreja pela presença deles naquela região e em todo o Oriente Médio.

Com esta visita, quis levar uma palavra de esperança; mas também eu a recebi; recebi-a de irmãos e irmãs que continuam a «esperar contra toda a esperança», por meio de tantos sofrimentos, como os que fugiram de próprio país por causa de conflitos, ou que discriminados e desprezados por causa da sua fé em Cristo. Rezemos por eles e pela paz na Terra Santa e em todo o Oriente Médio. A oração de toda a Igreja ampare também o caminho rumo à plena unidade entre os cristãos, para que o mundo creia no amor de Deus que em Jesus Cristo veio habitar entre nós.
Com a multidão, o Papa rezou um Ave-Maria para pedir a intercessão de Nossa Senhora, “rainha da paz, da unidade, mãe de todos os cristãos, para que dê a paz a todo o mundo e que Ela nos acompanhe neste caminho da unidade”.

Na Praça S. Pedro, havia mais de 50 mil pessoas. Entre elas, inúmeros brasileiros que assim foram saudados pelo Papa Francisco:

De coração saúdo todos os peregrinos de língua portuguesa, com menção particular dos grupos da Academia Paulista de Magistrados e do Instituto São Boaventura bem como os fiéis de Brasília, Campinas e Rolândia, encorajando-vos a ser por todo o lado testemunhas de esperança e caridade. E, se alguma vez a vida fizer desencadear turbulências espirituais na vossa alma, ide procurar refúgio sob o manto da Santa Mãe de Deus; somente lá encontrareis paz. Sobre vós, vossas famílias e paróquias desça a Bênção do Senhor!

(BF)

Papa nomeia bispo para Pouso Alegre (MG)

O papa Francisco nomeou hoje, 28, dom José Luiz Majella Delgado, como arcebispo de Pouso Alegre (MG), transferindo-o da diocese de Jataí (GO). A diocese estava vacante após renúncia de dom Ricardo Pedro Chaves Pinto Filho, acolhida pelo papa Francisco, conforme prevê o Código do Direito Canônico.
Dom José Luiz Majella Delgado é natural de Juiz de Fora (MG), nascido em 19 de outubro de 1959. Membro da Congregação do Santíssimo Redentor, recebeu a ordenação sacerdotal em 14 de março de 1981. Foi nomeado bispo pelo papa emérito Bento XVI, em 16 de dezembro de 2009, sendo ordenado no dia 27 de fevereiro de 2010. Seu lema episcopal é “Servir por amor”.

Formação
 
O novo arcebispo de Pouso Alegre (MG) é formado em Filosofia pela Faculdade Salesiana de Lorena (SP) e Teologia pelo Instituto Teológico de São Paulo (ITESP), com licenciatura em Estudos Sociais. Possui especialização em Teologia Litúrgica e em Espiritualidade Redentorista pela Academia Alfonsiana de Roma (Itália).

Trajetória
 
Atualmente dom Luiz Majella estava como presidente do regional Centro-Oeste da CNBB. Sua caminhada episcopal é marcada pela atuação em atividades pastorais e de formação. Exerceu diferentes funções no ensino, em institutos e conselhos. Foi secretário da Organização dos Seminários e Institutos do Brasil (OSIB) no regional Leste 2, secretário da Associação dos Liturgistas do Brasil e prefeito do Santuário Nacional de Aparecida. Em 2007, esteve como secretário executivo para a V Conferência dos Bispos da América Latina e Caribe (CELAM), em Aparecida (SP). Na CNBB, ocupou a função de subsecretário adjunto geral de 2007 a 2009.

Fonte: site CNBB

segunda-feira, 26 de maio de 2014

Veja como foi a manhã do Papa em Israel, último dia de visita

Francisco visitou o Muro das Lamentações e se reuniu com líderes muçulmanos, judeus e autoridades políticas

Jéssica Marçal Da Redação
papa em israel_último dia 
Momento da visita de Francisco ao Grão- Mufti de Jerusalém e de toda a Palestina / Foto: Reprodução CTV

Papa Francisco encerra sua viagem à Terra Santa, nesta segunda-feira, 26. A paz tem permeado todas as colocações do Papa, que, hoje pela manhã, já realizou várias atividades em Jerusalém, incluindo visitas a líderes religiosos e políticos.
O primeiro compromisso de Francisco foi a visita ao Grão- Mufti de Jerusalém e de toda a Palestina, xeque Muhamad Ahmad Hussein, na esplanada das mesquitas. Na ocasião, o Santo Padre lançou um apelo: “Respeitemo-nos e amemo-nos uns aos outros como irmãos e irmãs! Aprendamos a compreender a dor do outro! Ninguém instrumentalize, para a violência, o nome de Deus! Trabalhemos juntos em prol da justiça e da paz!”.

Em seguida, Francisco dirigiu-se ao Muro Ocidental em Jerusalém, o Muro das Lamentações, lugar que hoje é de culto central do Judaísmo. Lá, ele depositou um bilhete com a oração do Pai Nosso. Ele também prestou uma homenagem no Monte Herzl, que leva o nome do fundador do Movimento Sionista, em 1897, Theodor Herzl.

muro_lamentacoesPapa reza diante do Muro das Lamentações e deposita um bilhete com a oração do Pai Nosso / Foto: Reprodução CTV

Francisco também visitou o memorial de Yad Vashem, monumento em memória do Holocausto, onde fez um discurso em que recordou os horrores de que o homem já foi capaz. “Eis-nos aqui, Senhor, com a vergonha daquilo que o homem, criado à Vossa imagem e semelhança, foi capaz de fazer. Lembrai-Vos de nós na vossa misericórdia!”.
Em seguida, houve a visita de cortesia aos dois Grão-rabinos de Israel no centro Heichal Shlomo, perto da Grande Sinagoga de Jerusalém. Ele destacou como pode ser frutífera a boa relação entre católicos e judeus. “Juntos, poderemos dar uma grande contribuição para a causa da paz; juntos, poderemos, num mundo em rápida mudança, testemunhar o significado perene do plano divino da criação; juntos, poderemos opor-nos, firmemente, a todas as formas de antissemitismo e restantes formas de discriminação”.
A manhã terminou com encontros políticos. Francisco fez a visita de cortesia ao presidente do Estado de Israel, Shimon Peres, no Palácio Presidencial em Jerusalém. Ele também reuniu-se, em audiência privada, com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu.
Logo mais, às 9h30 (horário de Brasília), ele faz uma visita privada ao Patriarca Ecumênico de Constantinopla, depois se encontrará com sacerdotes, religiosos e seminaristas na igreja do Getsêmani, perto do Jardim das Oliveiras. Seu último compromisso é a celebração da Missa com os Ordinários da Terra Santa e com a comitiva papal.
Francisco deixa Jerusalém às 13h30 (horário de Brasília), participa da cerimônia de despedia às 14h no aeroporto de Tel Aviv e retorna, enfim, para o Vaticano.

Escutar apelo por unidade, pede Papa em celebração ecumênica

Francisco encontrou o Patriarca Bartolomeu I e pediu que hesitações do passado sejam colocadas de lado para se caminhar rumo à unidade

Jéssica Marçal Da Redação

 Escutar apelo por unidade, pede Papa em celebração ecumênica
Logo ao chegar na Basílica do Santo Sepulcro, Papa Francisco abraça o Patriarca Bartolomeu I

O momento tão esperado da visita do Papa Francisco à Terra Santa enfim chegou. Neste domingo, 25, ele se encontrou com o Patriarca Ecumênico de Constantinopla, Bartolomeu I, e participou de uma celebração ecumênica recordando os 50 anos do histórico abraço entre o Papa Paulo VI e o Patriarca Atenágoras.
Pouco antes da Celebração, os dois líderes religiosos dirigiram-se à Pedra na Unção, lugar no qual o corpo de Jesus foi depositado, após ser retirado da cruz, e ungido com óleo.

Na Basílica do Santo Sepulcro, Francisco destacou este momento de oração como uma graça extraordinária. “Acolhamos a graça especial deste momento. Detenhamo-nos em devoto recolhimento junto do sepulcro vazio, para redescobrir a grandeza da nossa vocação cristã: somos homens e mulheres de ressurreição, não de morte. Aprendamos, a partir deste lugar, a viver a nossa vida, as angústias das nossas Igrejas e do mundo inteiro, à luz da manhã de Páscoa”.
O Santo Padre recordou que Cristo carregou cada sofrimento e tribulação e com Seu sacrifício abriu passagem para a vida eterna. Assim sendo, Francisco disse que não se deve deixar roubar o fundamento da esperança e que o mundo não pode ser privado do anúncio da Ressurreição. Ele pediu que as pessoas não fiquem surdas ao forte apelo da unidade que ressoa em especial nesse lugar sagrado para os cristãos.

Escutar apelo por unidade, pede Papa em celebração ecumênica
Os dois líderes religiosos rezam junto a Pedra na Unção, dentro da Basílica do Santo Sepulcro, local no qual o corpo de Jesus foi depositado após ser retirado da cruz

O Pontífice reconheceu que não se pode negar as divisões que ainda existem entre os discípulos de Jesus, mas, olhando com gratidão para o gesto histórico de Paulo VI e Atenágoras, vê-se como foi possível, por impulso do Espírito Santo, dar passos importantes rumo à unidade.
“Estamos cientes de que ainda falta percorrer mais estrada para alcançar aquela plenitude da comunhão que se possa exprimir também na partilha da mesma mesa eucarística, que ardentemente desejamos; mas as divergências não devem assustar-nos e paralisar o nosso caminho. Devemos acreditar que, assim como foi removida a pedra do sepulcro, assim também poderão ser removidos todos os obstáculos que ainda impedem a plena comunhão entre nós”.
Ao falar da unidade, Francisco reiterou seu desejo, a exemplo de seus antecessores, de manter diálogo com todos os irmãos em Cristo. Ele não deixou de mencionar a região do Oriente Médio, tantas vezes marcada por conflitos, e recordou que há inúmeros cristãos perseguidos por causa de sua fé em Cristo Ressuscitado.
“Quando cristãos de diferentes confissões se encontram a sofrer juntos, uns ao lado dos outros, e a prestar ajuda uns aos outros com caridade fraterna, realiza-se o ecumenismo do sofrimento, realiza-se o ecumenismo do sangue, que possui uma eficácia particular não só para os contextos onde este tem lugar, mas, em virtude da comunhão dos santos, também para toda a Igreja”.
Por fim, ele pediu que as hesitações do passado sejam colocadas de lado e que se possa abrir o coração à ação do Espírito Santo para caminhar rumo ao tão desejado dia da plena comunhão.

Discurso do Papa em celebração ecumênica no Santo Sepulcro

brasão_papafrancisco 
VIAGEM DO PAPA FRANCISCO À TERRA SANTA DISCURSO CELEBRAÇÃO ECUMÊNICA NO SANTO SEPULCRO Recordação dos 50 anos do abraço entre o Papa Paulo VI e o Patriarca Atenágonas  
Domingo, 25 de maio de 2014


Nesta Basílica, para a qual todo o cristão olha com profunda veneração, atinge o seu clímax a peregrinação que estou a realizar juntamente com o meu amado irmão em Cristo, Sua Santidade Bartolomeu. Realizamo-la seguindo os passos dos nossos venerados antecessores, o Papa Paulo VI e o Patriarca Atenágoras, que, com coragem e docilidade ao Espírito Santo, permitiram há cinquenta anos, na Cidade Santa de Jerusalém, o histórico encontro entre o Bispo de Roma e o Patriarca de Constantinopla.
Saúdo cordialmente a todos vós aqui presentes. De modo particular, agradeço vivamente por ter tornado possível este momento a Sua Beatitude Teófilo, que quis dirigir-me amáveis palavras de boas-vindas, bem como a Sua Beatitude Nourhan Manoogian e ao Reverendo Padre Pierbattista Pizzaballa.
É uma graça extraordinária estarmos aqui reunidos em oração. O Túmulo vazio, aquele sepulcro novo situado num jardim, onde José de Arimateia devotamente depusera o corpo de Jesus, é o lugar donde parte o anúncio da Ressurreição: «Não tenhais medo! Sei que buscais Jesus, o crucificado; não está aqui, pois ressuscitou, como tinha dito. Vinde, vede o lugar onde jazia e ide depressa dizer aos seus discípulos: “Ele ressuscitou dos mortos”» (Mt 28, 5-7).
Este anúncio, confirmado pelo testemunho daqueles a quem apareceu o Senhor Ressuscitado, é o coração da mensagem cristã, transmitida fielmente de geração em geração, como desde o início atesta o apóstolo Paulo: «Transmiti-vos, em primeiro lugar, o que Eu próprio recebi: Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras; foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras» (1 Cor 15, 3-4).
É o fundamento da fé que nos une, graças à qual professamos conjuntamente que Jesus Cristo, o Filho unigénito do Pai e nosso único Senhor, «padeceu sob Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado; desceu à mansão dos mortos; ressuscitou ao terceiro dia» (Símbolo dos Apóstolos). Cada um de nós, cada baptizado em Cristo, espiritualmente ressuscitou deste sepulcro, porque, no Baptismo, todos fomos realmente incorporados no Primogénito de toda a criação, sepultados juntamente com Ele, para ressuscitar com Ele e poder caminhar numa vida nova (cf. Rm 6, 4).
Acolhamos a graça especial deste momento. Detenhamo-nos em devoto recolhimento junto do sepulcro vazio, para redescobrir a grandeza da nossa vocação cristã: somos homens e mulheres de ressurreição, não de morte. Aprendamos, a partir deste lugar, a viver a nossa vida, as angústias das nossas Igrejas e do mundo inteiro, à luz da manhã de Páscoa.
Cada ferida, cada sofrimento, cada tribulação foram carregados sobre os próprios ombros do Bom Pastor, que Se ofereceu a Si mesmo e, com o seu sacrifício, abriu-nos a passagem para a vida eterna. As suas chagas abertas são a passagem através da qual se derrama sobre o mundo a torrente da sua misericórdia. Não nos deixemos roubar o fundamento da nossa esperança! Não privemos o mundo do feliz anúncio da Ressurreição! E não sejamos surdos ao forte apelo à unidade que ressoa, precisamente deste lugar, nas palavras d’Aquele que, já Ressuscitado, chama a todos nós «os meus irmãos» (cf. Mt 28, 10; Jo 20, 17).
Claro, não podemos negar as divisões que ainda existem entre nós, discípulos de Jesus: este lugar sagrado faz-nos sentir o drama com maior sofrimento. E no entanto, à distância de cinquenta anos do abraço daqueles dois veneráveis Padres, reconhecemos com gratidão e renovada admiração como foi possível, por impulso do Espírito Santo, realizar passos verdadeiramente importantes rumo à unidade.
Estamos cientes de que ainda falta percorrer mais estrada para alcançar aquela plenitude da comunhão que se possa exprimir também na partilha da mesma Mesa eucarística, que ardentemente desejamos; mas as divergências não devem assustar-nos e paralisar o nosso caminho. Devemos acreditar que, assim como foi removida a pedra do sepulcro, assim também poderão ser removidos todos os obstáculos que ainda impedem a plena comunhão entre nós.
Será uma graça de ressurreição, que já hoje podemos pregustar. Cada vez que pedimos perdão uns aos outros pelos pecados cometidos contra outros cristãos e cada vez que temos a coragem de dar e receber este perdão, fazemos experiência da ressurreição! Cada vez que, superados velhos preconceitos, temos a coragem de promover novas relações fraternas, confessamos que Cristo ressuscitou verdadeiramente!
Cada vez que pensamos o futuro da Igreja a partir da sua vocação à unidade, brilha a luz da manhã de Páscoa! A este respeito, quero renovar o desejo, já expresso pelos meus Antecessores, de manter um diálogo com todos os irmãos em Cristo para se encontrar uma forma de exercício do ministério próprio do Bispo de Roma, que, em conformidade com a sua missão, se abra a uma nova situação e possa ser, no contexto actual, um serviço de amor e de comunhão reconhecido por todos (cf. JOÃO PAULO II, Enc. Ut unum sint, 95-96).
Enquanto como peregrinos fazemos uma pausa nestes Lugares santos, a nossa recordação orante vai para a região inteira do Médio Oriente, tantas vezes marcada, infelizmente, por violências e conflitos. E não esquecemos, na nossa oração, muitos outros homens e mulheres que sofrem, em várias partes do mundo, por causa da guerra, da pobreza, da fome; bem como os inúmeros cristãos perseguidos pela sua fé no Senhor Ressuscitado.
Quando cristãos de diferentes confissões se encontram a sofrer juntos, uns ao lado dos outros, e a prestar ajuda uns aos outros com caridade fraterna, realiza-se o ecumenismo do sofrimento, realiza-se o ecumenismo do sangue, que possui uma eficácia particular não só para os contextos onde o mesmo tem lugar, mas, em virtude da comunhão dos santos, também para toda a Igreja.
Aquele que por ódio à fé matam, perseguem os cristãos, não importa se são ortodoxos, católicos, são cristãos. O sangue cristão é o mesmo.
Santidade, amado Irmão, e vós todos, queridos irmãos, ponhamos de parte as hesitações que herdámos do passado e abramos o nosso coração à acção do Espírito Santo, o Espírito do Amor (cf. Rm 5, 5) e da Verdade (cf. Jo 16, 13), para caminharmos, juntos e ágeis, rumo ao dia abençoado da nossa reencontrada plena comunhão.
Neste caminho, sentimo-nos sustentados pela oração que o próprio Jesus, nesta Cidade, na véspera da sua paixão, morte e ressurreição, elevou ao Pai pelos seus discípulos e que humildemente não nos cansamos de fazer nossa: «Que todos sejam um só (…), para que o mundo creia» (Jo 17, 21).
E quando a desunião nos faz pessimistas, pouco corajosos, sem confiança, coloquemos todos sob o Manto da Mãe de Deus. Quando na alma cristã existem turbulências cristãs, somente sob o Manto de Nossa Senhora encontraremos paz. Que Ela nos ajude neste caminho.

Papa encontra autoridades palestinas e encoraja à paz

Francisco pediu esforços para que se estabeleça uma paz estável, colocando fim à situação inaceitável de conflitos

Jéssica Marçal Da Redação


papa_encontro com autoridades palestinasNa manhã deste domingo, 25, Papa Francisco despediu-se da Jordânia e seguiu para Belém, onde teve um encontro com autoridades palestinas. Seu discurso na ocasião abordou a necessidade de paz e liberdade religiosa.

Francisco recordou a situação de conflitos e incertezas no Oriente Médio, causando  “feridas difíceis de curar”. Ele manifestou sua solidariedade aos que sofrem as consequências desses conflitos, disse que é hora de colocar fim a essa situação “inaceitável” e pediu esforços redobrados para criar condições para uma paz estável.
“Para todos, chegou o momento de terem a coragem da generosidade e da criatividade ao serviço do bem, a coragem da paz, que assenta sobre o reconhecimento, por parte de todos, do direito que têm dois Estados de existir e gozar de paz e segurança dentro de fronteiras internacionalmente reconhecidas”.
O Santo Padre explicou que a paz levará inúmeros benefícios para o povo daquela região e do mundo todo, portanto é preciso caminhar para a paz, o que requer que cada um renuncie a alguma coisa. Ele expressou seus votos de que palestinos e israelitas, com suas respectivas autoridades, empreendam este êxodo para a paz com coragem e firmeza.

Comunidades cristãs

Não faltou no discurso do Papa uma referência aos cristãos que vivem no Oriente Médio. “Os cristãos querem continuar a desempenhar o seu papel como cidadãos de pleno direito, juntamente com os demais concidadãos considerados como irmãos”.
Ele citou sua presença na Palestina e a recente estadia do presidente palestino, Mahmoud Abbas, no Vaticano como fatores que atestam as boas relações entre a Santa Sé e o Estado da Palestina. Francisco destacou seu apreço pelos esforços para elaborar um Acordo entre as partes relativo a aspectos da vida da comunidade católica do país, com especial atenção à liberdade religiosa.
“Com efeito, o respeito deste direito humano fundamental é uma das condições irrenunciáveis da paz, da fraternidade e da harmonia; mostra ao mundo que é indispensável e possível encontrar um bom acordo entre culturas e religiões diferentes; testemunha que as coisas que temos em comum são tantas e tão importantes que é possível individuar uma estrada de convivência serena, ordenada e pacífica, na aceitação das diferenças e na alegria de sermos irmãos porque filhos de um único Deus”.

Fonte: site Canção Nova

Paz não pode ser comprada, diz Papa em Missa na Jordânia

“A missão do Espírito Santo é gerar harmonia – Ele mesmo é harmonia – e realizar a paz nos vários contextos”, destacou o Papa, na Jordânia.

André Cunha Da redação


homilia_600
O Papa Francisco celebrou a primeira Missa na Terra Santa, no Estádio Internacional em Amã, na Jordânia, neste sábado, 24. O Pontífice, na ocasião, refletiu sobre o papel do Espírito Santo na construção da paz entre os povos e as religiões.

No trecho do Evangelho, lido na Missa, Jesus promete aos Apóstolos o envio do Espírito Santo. “Eu apelarei ao Pai e Ele vos dará outro Paráclito para que esteja sempre convosco” (Jo 14, 16).
Neste contexto, o Santo Padre destacou três ações do Espírito Santo: preparar, ungir e enviar. No momento do batismo, explica o Papa, o “Espírito pousa sobre Jesus a fim de O preparar para a sua missão de salvação; missão caracterizada pelo estilo do Servo humilde e manso, pronto à partilha e ao dom total de Si mesmo”.
Francisco explicou que a missão do Espírito Santo é gerar harmonia – “Ele mesmo é harmonia” – e realizar a paz nos vários contextos e entre diferentes sujeitos. “A diferença de pessoas e a divergência de pensamento não devem provocar rejeição nem criar obstáculo, porque a variedade é sempre enriquecedora”, destacou.
Depois, disse Francisco, o Espírito Santo unge, como fez com Jesus e os discípulos para que tivessem os mesmos sentimentos de seu Mestre. Esta ação do Espírito Santo torna os cristãos capazes de amar, favorecendo a paz e a comunhão.
Por fim, o Papa pontuou a terceira ação do Espírito Santo, o envio. “Jesus é o Enviado,  cheio do Espírito do Pai. Ungidos pelo mesmo Espírito, também nós somos enviados como mensageiros e testemunhas de paz”, disse.
Neste sentido, o Papa afirmou que a paz não se pode comprar. Ela é um dom que se deve buscar pacientemente e construir “artesanalmente”, através dos pequenos e grandes gestos que formam a vida cotidiana.
No fim da homilia, Francisco rezou para que o Espirito Santo prepare os corações para o encontro com os irmãos independentemente das diferenças de ideias, língua, cultura e religião. Desejou ainda que se cure as feridas dos erros, das incompreensões, das controvérsias. “Que nos envie, com humildade e mansidão, pelas sendas desafiadoras mas fecundas da busca da paz”, pediu o Pontífice.
Durante a Missa, cerca de 1.400 crianças receberam pela primeira vez a Eucaristia. Mais de 30 mil pessoas participaram da cerimônia com o Pontífice, num clima de muita emoção.

Fonte: site especial da Canção Nova sobre a visita do Papa a Terra Santa

Coreografia para Flashmob de Corpus Christi 2014

quarta-feira, 14 de maio de 2014

Santa Sé autoriza início de beatificação de dom Luciano Mendes

A arquidiocese de Mariana (MG) divulgou ontem, dia 13, comunicado da Congregação para a Causa dos Santos sobre o processo de beatificação de dom Luciano Mendes de Almeida.  “Por parte da Santa Sé, não há nada que impeça, para que se inicie a Causa de Beatificação e Canonização de Dom Luciano Pedro Mendes de Almeida”, informa a Congregação. A solicitação de abertura do processo foi feita pelo arcebispo local, dom Geraldo Lyrio Rocha, que poderá instituir o Tribunal que levará adiante o processo.

Dom Luciano Pedro Mendes de Almeida foi arcebispo de Mariana de 1988 a 2006, quando faleceu aos 75 anos. O arcebispo, da Companhia de Jesus, foi secretário geral (de 1979 a 1986) e presidente (de 1987 a 1994) da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), por dois mandatos consecutivos.
Em nota publicada em 2006 sobre dom Luciano, a Presidência da CNBB destacou entre as marcas que deixou na instituição o dinamismo, a inteligência privilegiada, a dedicação incansável e o testemunho de amor à Igreja.
De origem fluminense, dom Luciano nasceu em 5 de outubro de 1930. Doutor em Filosofia, foi membro do Conselho Permanente da CNBB de 1987 até o ano de sua morte. Também atuou na Pontifícia Comissão Justiça e Paz, foi vice-presidente do Conselho Episcopal Latino-americano (Celam) e presidente da Comissão Episcopal do Mutirão para a Superação da Miséria e da Fome.
Durante quase duas décadas à frente da arquidiocese de Mariana (MG), o bispo deu forte impulso pastoral àquela Igreja particular, onde a organizou em cinco Regiões Pastorais. Deu atenção à formação permanente do clero, à realização de assembleias pastorais e à reestruturação de conselhos arquidiocesanos. Também organizou pastorais, religiosos, processos formativos do Seminário Arquidiocesano e obras sociais, além do investimento na capacitação e participação dos leigos e na preservação das Igrejas históricas

Papa nomeia bispo para prelazia de Tefé (AM)


Na manhã de hoje, 14, o papa Francisco nomeou bispo da vacante prelazia de Tefé (AM), o padre Fernando Barbosa dos Santos, atual pároco da paróquia Nossa Senhora dos Remédios, em Fortaleza (CE). A prelazia de Tefé (AM) estava vacante desde dezembro de 2012, com a transferência de dom Sérgio Eduardo Castriani para a arquidiocese de Manaus (AM).
Padre Fernando Barbosa dos Santos será o quarto bispo da diocese. Ele nasceu no dia 5 de março de 1967 na cidade de Sertânia (PE). Estudou filosofia no Instituto de Filosofia dos Salesianos em Recife (PE) e, em 1991, concluiu os estudos teológicos no Instituto Regional de Pastoral em Belém-PA.
O padre foi pároco na Paróquia de Santo Antônio, em 1996, na cidade de Quixeramobim (CE). Atuou como diretor em dois seminários: em 1997, no Seminário propedêutico da Província de Fortaleza; e de 2000 a 2003, no Seminário de Teologia São Vicente de Paulo, em Belém (PA).
Em 2002, participou de uma formação de espiritualidade Vicentina, em Paris, França.
Até 2013 atuou como coordenador do Setor Oeste na Região São José, na arquidiocese de Fortaleza e, atualmente, é assessor do centro de Juventude da região São José, também, na arquidiocese de Fortaleza.
A prelazia de Tefé é uma circunscrição eclesiástica da Igreja Católica no Brasil, pertencente à arquidiocese de Manaus, e ao regional Norte 1 (Norte do Amazonas e Roraima) da CNBB.

segunda-feira, 12 de maio de 2014

Papa encontra padres e seminaristas estudantes em Roma: a Igreja, o sacerdócio, as tentações e desafios dos consagrados

Cidade do Vaticano (RV) - Uma ocasião extraordinária para falar de coração aberto sobre a Igreja, o sacerdócio, as tentações e os desafios dos consagrados. Foi o que ocorreu na manhã desta segunda-feira, na Sala Paulo VI, no Vaticano, com o encontro do Papa com alunos dos Colégios pontifícios e Institutos de Roma. O Santo Padre deteve-se longamente com seminaristas e sacerdotes, sem nenhum texto preparado. A saudação ao Pontífice foi feita pelo Cardeal Beniamino Stella.

Falar de coração para coração, livremente, como fazem um pai e um filho que se querem bem. Foi a dimensão vivida no encontro entre o Papa e os alunos dos Colégios pontifícios e Institutos de Roma.

Francisco dialogou com seminaristas e sacerdotes provenientes do mundo inteiro e dirigiu, em primeiro lugar, um pensamento especial de proximidade aos cristãos da Ucrânia e do Oriente Médio ressaltando que a Igreja sofre muito também hoje, em muitas partes do mundo, por causa das perseguições.

Em seguida, respondendo à primeira pergunta sobre a formação sacerdotal, o Papa chamou a atenção para o "perigo do academicismo" que acaba fazendo com que se volte de Roma para as dioceses mais como "doutores" do que como "presbíteros":

"E se alguém cai neste perigo do academicismo, volta para a diocese não o padre 'tal' ou 'qual', mas o 'doutor', não? E isso é perigoso. Existem quatro pilares na formação sacerdotal: e isso o disse várias vezes, talvez vocês tenham ouvido. Quatro pilares: a formação espiritual, a formação acadêmica, a formação comunitária e a formação apostólica."

Vem-se a Roma, observou, para a formação intelectual, mas não se pode entender um padre que não tenha uma vida comunitária, uma vida espiritual e apostólica. "O pluralismo acadêmico – advertiu – não faz bem." O Senhor, acrescentou Francisco, "chamou-os a serem sacerdotes, a serem presbíteros: essa é a regra fundamental:

"Se somente se vê a parte acadêmica há o perigo de cair nas ideologias, e isso faz adoecer. Adoece também a concepção de Igreja. Para compreender a Igreja é preciso entendê-la a partir do estudo, mas também da oração, da vida comunitária e da vida apostólica. Quando caímos numa ideologia, porque somos macrocéfalos, por exemplo, e seguimos por esse caminho, temos uma hermenêutica não cristã, uma hermenêutica da Igreja ideológica. E isso faz mal, essa é uma doença."

A hermenêutica da Igreja, reiterou, "deve ser a hermenêutica que a própria Igreja nos oferece, que a própria Igreja nos dá". É preciso entender "a Igreja com olhos de cristão". Do contrário, observou, "não se entende a Igreja, ou acaba sendo mal entendida".

Em seguida foi feita ao Papa uma pergunta sobre como o Seminário pode tornar-se uma comunidade de crescimento humano e espiritual. Uma vez, observou o Santo Padre, um bispo ancião da América Latina disse que "é muito melhor o pior seminário do que a ausência do seminário".

O Santo Padre ressaltou que "a vida do seminário, ou seja, a vida comunitária, é muito importante. É muito importante porque há partilha entre os irmãos". É verdade, constatou, que "existem problemas, existem lutas: lutas de poder, lutas de idéias, inclusive lutas veladas; e vêm os vícios capitais: a inveja, os ciúmes." "A vida comunitária – disse com ironia – não é o paraíso: ao menos, o purgatório." E recordou que um santo jesuíta "dizia que a maior penitência, para ele, era a vida comunitária":

"Mas creio que por isso temos que seguir adiante, na vida comunitária. Mas como? São quatro-cinco coisas que nos ajudam muito: jamais falar mal dos outros! Se tenho alguma coisa contra o outro ou que não concordo: devo dizer face a face! Mas nós, clérigos, temos a tentação de não falar cara a cara, de sermos por demais diplomáticos, aquela linguagem clerical, assim... Mas nos faz mal, nos mal!"

O Papa Bergoglio recordou que 22 anos atrás, assim que foi nomeado bispo, teve uma conversação muito forte com um secretário seu, um jovem sacerdote que recentemente havia sido ordenado. "Muito respeitoso, mas me disse poucas e boas". E depois, acrescentou o Papa, pensei: "Jamais me desfarei dele como secretário: este é um verdadeiro irmão!"

"Ao invés, aqueles que nos dizem coisas bonitas na frente e depois não tão bonitas por trás... Aquilo é importante, mas os mexericos são a peste de uma comunidade: é preciso falar face a face, sempre. E se você não tem a coragem de falar face a face, fale ao superior ou ao diretor... que ele o ajudará. Mas não se deve ir de quarto em quarto dos companheiros para falar mal dos outros! É costume dizer que os mexericos são coisa de mulher: mas são também nosso, de nós homens! Nós fofocamos muito! E isso destrói a comunidade."

Outra coisa, prosseguiu o Papa, "é ouvir, escutar as diferentes opiniões e discutir sobre elas", "buscando a verdade, buscando a unidade: isso ajuda a comunidade". Francisco recordou que seu diretor espiritual o exortara a rezar por uma pessoa de quem estava enraivecido. Rezar, "nada mais".

E ressaltou a importância da "oração comunitária". Asseguro a vocês, disse, "que se fizerem essas duas coisas, a comunidade seguirá adiante, se pode viver bem, se pode falar bem, se pode discutir bem juntos": "não falar mal dos outros e rezar por aqueles com os quais tenho problemas".

Em seguida, foi a vez de uma pergunta sobre o "discernimento, vigilância e disciplina pessoal" de um consagrado. O Papa disse que a vigilância é uma atitude cristã. É importante perguntar-se "o que que há no meu coração", porque "onde está o meu coração está o meu tesouro". O primeiro conselho, frisou, "quando o coração está atribulado", é o conselho dos monges russos: "Colocar-se sob o manto da Santa Mãe de Deus", confiar a própria pessoa a Nossa Senhora:

"Alguém de vocês poderá me dizer: 'Mas Padre, em nosso tempo de boa modernidade, da psiquiatria, da psicologia, nestes momentos de turbulência creio que seria melhor recorrer ao psiquiatra que me ajude...'. Não descarto isso, mas em primeiro lugar recorrer à Mãe: porque um padre que se esquece da Mãe e sobretudo nos momentos de turbulência, falta-lhe alguma coisa." (RL)


Fonte: site da Rádio Vaticano

Domingo do Bom Pastor no Regional NE5 CNBB





Vésperas solene no Seminário Bom Pastor

Nas primeiras vésperas do IV Domingo da Páscoa - Domingo do Bom Pastor - o Seminário Maior Bom Pastor celebrou com muita alegria e solenidade. Apesar da forte chuva que caiu sobre a Capital do Estado, rezamos como família! Rogando ao Cristo Bom Pastor que nos conceda a graça de sermos seus seguidores nos deixando guiar e conduzir pela voz e pelo chamado que o Senhor nos faz.









quinta-feira, 8 de maio de 2014

52ª Assembleia Geral da CNBB | Entrevista com Dom José Valdeci - Bispo da Diocese de Brejo

Como vive um bispo emérito? Ouça

RealAudioMP3
Aparecida (RV) - Qual é a realidade dos bispos eméritos? São aqueles bispos que completaram 75 anos, idade limite para exercer o ministério episcopal, e apresentaram seu pedido de renúncia ao Papa. Com o pedido aceito, eles se tornam eméritos. Atualmente, há cerca de 160 bispos nessa situação na Igreja no Brasil.

Eles continuam sendo bispos, uma vez que receberam a ordenação episcopal, mas já não têm propriamente um ofício para exercer, como o pastoreio de uma diocese. Isso, porém, não significa que eles não são mais ativos. Um exemplo é Dom Angelico Sandalo Bernardino, emérito da Diocese de Blumenau desde que em 18 de fevereiro de 2009 teve a sua renúncia aceita por limite de idade.

Membro da Subcomissão para os Bispos Eméritos da CNBB, ele participa em Aparecida da 52ª Assembleia Geral dos Bispos do Brasil. Silvonei José lhe perguntou como vive a realidade de bispo emérito. Ouça, clicando acima.

Fonte: site da Rádio Vaticano

Francisco recebe Karekin II: o ecumenismo do martírio é semente de unidade


RealAudioMP3
Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Francisco recebeu em audiência esta manhã, no Vaticano, o líder da Igreja Apostólica Armênia, Karekin II, Patriarca Supremo e Catholicós de todos os Armênios desde 1999.

Depois de um colóquio privado, foi a vez dos discursos – ocasião em que Francisco definiu esta visita “uma graça especial”.

O Pontífice recordou os laços entre as duas Igrejas, que se reforçaram nos últimos anos através de encontros e diálogos. De modo especial, Francisco citou a Comemoração das Testemunhas da fé do século XX, que foi realizada no âmbito do Grande Jubileu do 2000.

“Na verdade, o número de discípulos que espalharam seu sangue por Cristo nas trágicas vicissitudes do século passado é certamente superior aos dos mártires dos primeiros séculos, e neste martirológio os filhos da nação armênia ocupam um lugar de honra”, afirmou o Papa, pedindo que este testemunho jamais seja esquecido.

Para Francisco, os sofrimentos vividos pelos cristãos nas últimas décadas deram uma contribuição única e inestimável para a causa da unidade entre os discípulos de Cristo. Por isso, o ecumenismo do sofrimento e do martírio constitui um forte apelo a caminhar pela estrada da reconciliação entre as Igrejas.

“Rezemos uns pelos outros: possa o Espírito Santo iluminar-nos e guiar-nos rumo ao dia tão almejado, no qual poderemos compartilhar o banquete eucarístico”, concluiu Francisco.

Após os discursos, houve a troca de presentes. A seguir, o Papa e o Patriarca Karekin II viveram um momento de oração comum na Capela Redemptoris Mater.


Fonte: site Rádio Vaticano

Dom Gilberto Pastana - bispo de Imperatriz - Na 52ª assembleia da CNBB







quarta-feira, 7 de maio de 2014

Bispos aprovam documento sobre a Questão Agrária


O plenário da 52ª Assembleia Geral da CNBB aprovou na tarde desta quarta-feira, 7 de maio, o Documento sobre a visão da Igreja em relação à Questão Agrária Brasileira no século XXI. O processo de construção começou há 5 anos. Desde o ano passado foi publicado como um texto de estudo da CNBB e recebeu contribuições de diversos bispos e dioceses.
 O Documento aprovado está dividido em três partes. Na primeira, faz uma contextualização da situação agrária atual. “Nessa parte, os bispos mostram quais são os gritos ensurdecedores que brotam de tantas realidades, como os povos indígenas, os quilombolas, os pescadores, os ribeirinhos, os extrativistas”, explica o presidente da Comissão Pastoral da Terra, dom Enemésio Lazarris.
A segunda parte traz o olhar dos bispos sobre a atual questão agrária, abordando a posse e o uso da terra à luz da Sagrada Escritura e dos Documentos da Igreja. Já na terceira parte, surgem os compromissos pastorais diante da questão. Dom Enemésio destaca que o Documento “é a palavra de mais de 350 bispos hoje para a sociedade em geral sobre este tema importante”. Segundo ele, “não se destina apenas para dentro da comunidade eclesial, mas para toda a sociedade”.
A parte final do Documento apresenta os desafios diante de realidades bem concretas: trabalho escravo, defesa da natureza, cuidado com a água, produção de energia sustentável. O episcopado também cobra do poder público uma posição sobre esta realidade. “Acreditamos que esse documento seja apresentado aos candidatos aos governos estaduais e federal, dizendo qual é a posição da Igreja em relação à questão agrária, e sobretudo sobre a função social da terra e da propriedade”, disse o bispo.

Fonte: site CNBB

“É necessário abrir o coração para o dom de Deus”, diz dom Pepeu

O arcebispo de Vitória da Conquista (BA), dom Luís Gonzaga Pepeu, presidiu a missa na manhã desta quarta-feira, 7 de maio. Da procissão de entrada no Santuário Nacional participaram os bispos dos estados da Bahia e de Sergipe, que formam o Regional Nordeste 3 da CNBB.
A celebração teve o tom de alegria, próprio do tempo pascal. “A Ressurreição de Cristo é o centro e o fundamento de nossa fé. Ele está vivo e caminha conosco. Se caminharmos juntos e unidos, Ele sempre estará ao nosso lado”, disse dom Pepeu em sua homilia. Ele enfatizou que a fé em Jesus Ressuscitado é fundamental para a compreensão do mistério celebrado na eucaristia.
Ao retomar o texto do Evangelho da liturgia de hoje (Jo 6,35-40), o arcebispo explicou que Jesus se revela como pão da vida, “tal como a água viva, sacia sempre a fome e a sede de quem nele crê”. Ele explicou que o crer é uma graça que deve ser alimentada. “É necessário abrir o coração a este dom de Deus. Tanto Maria como os santos e santas são verdadeiros exemplos de fé para nós, pois abriram a porta de seus corações ao dom de Deus”, disse.
Dom Pepeu retomou o tema do retiro do qual os bispos participaram no último final de semana, orientado pelo arcebispo italiano dom Bruno Forte. “A cada dia somos chamados a caminhar, crescendo sempre mais na fé. A fé não é um produto do nosso coração: é a fé que nos gera, é dom que vem do alto. Tocados por este dom é que os discípulos, mesmos dispersos por causa da perseguição, foram por toda a parte pregando a Palavra”, lembrou.
Concluindo sua reflexão, o arcebispo falou sobre o tema central desta Assembleia Geral, a renovação paroquial. “Somos chamados a ser verdadeiras testemunhas de Jesus Cristo, instrumentos da promoção da paz e do bem. O documento sobre a nova paróquia expressa que, a partir da Eucaristia, cada comunidade cristã concretiza em sinais solidários o compromisso com a prática da caridade”, acrescentou.

Fonte: site CNBB

Panorama da Teologia no Brasil é apresentado aos bispos da 52ªAG

Na manhã deste sétimo dia da 52ª Assembleia Geral da CNBB, os bispos tomaram conhecimento da realidade da Teologia no Brasil, os desafios e avanços. Em plenário, o episcopado brasileiro acompanhou a exposição dos trabalhos realizados pela Comissão Episcopal Pastoral para a Doutrina da Fé da CNBB, composto por cinco bispos, sendo presidida pelo arcebispo de Brasília, dom Sérgio da Rocha.
 Uma das atividades organizada pela Comissão foi a reunião com os presidentes de Associações de Teólogos no Brasil.  “No país, temos percebido esse avanço da teologia, como também a pluralidade de discursos teológicos e a diversidade desse campo”, comentou.
 Dom Sérgio explicou, ainda, que a teologia tem buscado responder às demandas da ação evangelizadora da Igreja, oferecendo publicações de caráter teológico-pastoral. Entre os desafios, o arcebispo destaca “a necessidade da presença da teologia nas universidades, o diálogo com a ciências da religião e valorização da formação de teólogos”.
 Um estudo desenvolvido pela Comissão Teológica Internacional apontou três constatações, entre elas o crescimento da Teologia, seu pluralismo e fragmentação, como também as demandas de evangelização.
 Em relação à situação teológica no Brasil, houve maior difusão na produção de conteúdo, porém com necessidade de diálogo e aprofundamento em torno de temas e métodos em vista da corresponsabilidade da teologia na missão evangelizadora da Igreja. “A teologia tem uma contribuição imensa, pois não é possível fazer pastoral sem uma sólida base teológica, com fundamentações adequadas”, disse dom Sérgio.

 Avanços

De acordo com dados do relatório apresentado pela Comissão da CNBB, o crescimento da teologia no Brasil pode ser observado no aumento do número de profissionais especializados nos vários campos da teologia e pelo volume de publicações na área. Outro aspecto destacado no estudo refere-se ao pluralismo dos discursos teológicos difundido por meio de Associações e profissionais da teologia.
Dentro das perspectivas, foi identificado a necessidade do fortalecimento e a criação, no Brasil, de centros especializados de estudos nas várias áreas abrangidas pela teologia, na proposta de contribuir para formação sólida de presbíteros, religiosos e leigos.

Fonte: site CNBB

segunda-feira, 5 de maio de 2014

Bispos refletem sobre testemunhas bíblicas da fé


As meditações do arcebispo de Chieti, em Vasto, na Itália, dom Bruno Forte, durante o retiro espiritual dos bispos, que faz parte da programação da 52ª Assembleia Geral da CNBB, abordaram a fé de Abraão, Maria, Pedro e Paulo. O retiro teve início no dia 3, à tarde e terminou neste domingo, ao meio dia. Na noite de sábado, os bispos participaram do lucernário, celebração na qual cada um acende uma vela, canta e medita a Palavra de Deus.
Testemunhas
Ao falar sobre a fé de Abraão, dom Bruno disse que não se trata de um “produto do coração”, mas de um dom. “Abraão aposta na impossível possibilidade de Deus, isto é, no fato que o mesmo Deus que deu e que tirou é o Deus no qual é preciso confiar”, disse dom Bruno, ao citar o exemplo de Abraão que se dispôs a sacrificar o próprio filho. “Deus sempre tem uma possibilidade impossível! Abraão confia em Deus, também no tempo do silêncio de Deus. Esta é a grandeza de Abraão: confiar em Deus não só quando tudo vai bem, quando Ele faz a tua vontade, mas também e sem reservas quando Ele te tira tudo, quando chega a pedir-te que o Isaac do teu coração seja sacrificado”, acrescentou.
Sobre a fé de Maria, dom Bruno disse que “ela é capaz de um amor atento, concreto, alegre e terno”. “Maria se aproxima sob o signo da ternura, isto é, do amor que gera alegria, que não cria distâncias, que antes aproxima os distantes, fazendo com que se sintam acolhidos e os enche com o espanto e a beleza de descobrir-se objeto de puro dom”, destaca. Segundo o bispo, na vida de Maria, o relacionamento com o Filho é determinante. “Mãe atenta e terna, vive as expectativas, os silêncios, as alegrias e as provas que toda mãe é chamada a atravessar: é significativo que nem sempre compreenda tudo sobre ele. Mas vai adiante, confiando em Deus, amando e protegendo a seu modo aquele Filho, tão pequeno e tão grande, numa mistura de proximidade e de dolorosas separações, que a tornam modelo de maternidade: os filhos são gerados na dor e no amor por toda a vida”, explica dom Bruno.
Quanto a Pedro, segundo dom Bruno, “foi alguém que aprendeu a não ser nada”, porque aprende o “caminho da humildade’ que é o “caminho da fé vivida, porque ama Deus os humildes e aceita morar em seu coração que tem sede dele”.
Já Paulo é descrito por dom Bruno Forte como “um homem ‘tocado’ por Deus de maneira tão profunda que viveu o restante de seus dias movido pelo único desejo de comunicar aos outros a experiência de amor gratuito e libertador feita no encontro com o Senhor Jesus no caminho de Damasco”. 

Fonte: Site CNBB