
Francisco
observou que o pedido de Jesus à Samaritana – “Dá-me de beber“ - supera
todas as barreiras de hostilidade entre judeus e samaritanos e rompe os
esquemas de preconceito em relação às mulheres.
“O simples pedido de Jesus é o início de
um diálogo sincero, mediante o qual Ele, com grande delicadeza, entra
no mundo interior de uma pessoa à qual, segundo os esquemas sociais, não
deveria nem mesmo dirigir uma palavra. Jesus se coloca no lugar dela,
não a julgando, mas fazendo sentir-se considerada, reconhecida, e
suscitando assim nela o desejo de ir além da rotina cotidiana”, disse.
O papa explicou que ao pedir água à
Samaritana, Jesus queria “abrir-lhe o coração”, “colocar em evidência a
sede que havia nela”. “A sede de Jesus não era tanto de água, mas de
encontrar uma alma sequiosa”, afirmou o papa.
A passagem do Evangelho conta que os
discípulos ficaram maravilhados com o Mestre, pois tinha falado com
aquela mulher. Mas, “o Senhor é maior do que os preconceitos. E isto
devemos aprender bem” – exortou Francisco -, pois a misericórdia é maior
do que os preconceitos”. Segundo o papa, o resultado do encontro junto
ao poço foi o de uma mulher transformada.
“Deixou o seu jarro com o qual ia buscar
água e correu à cidade para contar a sua experiência extraordinária.
‘Encontrei um homem que me disse todas as coisas que eu fiz. Era o
Messias? Estava entusiasmada. Foi buscar água no poço e encontrou uma
outra água, a água viva da misericórdia que jorra para a vida eterna.
Encontrou a água que sempre procurou! Corre ao vilarejo, aquele vilarejo
que a julgava, a condenava e a rejeitava, e anuncia que encontrou o
Messias: alguém que mudou a sua vida. Pois cada encontro com Jesus nos
muda a vida, sempre. É um passo em frente, um passo mais próximo a
Deus”, acrescentou.
“Encontramos também nós o estímulo para
‘deixar o nosso jarro’, símbolo de tudo aquilo que aparentemente é
importante, mas que perde valor diante do ‘amor de Deus’, e todos temos
um, ou mais de um jarro", ressaltou Francisco.
“Eu
pergunto a vocês e também a mim: ‘Qual é o teu jarro interior, aquele
que te pesa, aquele que te afasta de Deus? Deixemo-lo um pouco de lado e
com o coração escutemos a voz de Jesus que nos oferece uma outra água,
uma outra água que nos aproxima do Senhor”, disse.
De
acordo com Francisco, todos são chamados a redescobrir a importância e o
sentido da vida cristã, iniciada no Batismo, e a testemunhar como a
Samaritana, "a alegria do encontro com Jesus e as maravilhas que o seu
amor realiza".
Ao
final do Angelus, o papa Francisco recordou o Dia Mundial da Tuberculose
celebrado nesta segunda-feira, 24, e pediu orações por todas as pessoas
atingidas pela doença e por todos que de alguma maneira se ocupam
delas.
Fonte: Site CNBB
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