Francisco encontrou o Patriarca
Bartolomeu I e pediu que hesitações do passado sejam colocadas de lado
para se caminhar rumo à unidade
Jéssica Marçal
Da Redação
Logo ao chegar na Basílica do Santo Sepulcro, Papa Francisco abraça o Patriarca Bartolomeu I
O momento tão esperado da visita do Papa
Francisco à Terra Santa enfim chegou. Neste domingo, 25, ele se
encontrou com o Patriarca Ecumênico de Constantinopla, Bartolomeu I, e
participou de uma celebração ecumênica recordando os 50 anos do
histórico abraço entre o Papa Paulo VI e o Patriarca Atenágoras.
Pouco antes da Celebração, os dois
líderes religiosos dirigiram-se à Pedra na Unção, lugar no qual o corpo
de Jesus foi depositado, após ser retirado da cruz, e ungido com óleo.
Na Basílica do Santo Sepulcro, Francisco
destacou este momento de oração como uma graça extraordinária.
“Acolhamos a graça especial deste momento. Detenhamo-nos em devoto
recolhimento junto do sepulcro vazio, para redescobrir a grandeza da
nossa vocação cristã: somos homens e mulheres de ressurreição, não de
morte. Aprendamos, a partir deste lugar, a viver a nossa vida, as
angústias das nossas Igrejas e do mundo inteiro, à luz da manhã de
Páscoa”.
O Santo Padre recordou que Cristo
carregou cada sofrimento e tribulação e com Seu sacrifício abriu
passagem para a vida eterna. Assim sendo, Francisco disse que não se
deve deixar roubar o fundamento da esperança e que o mundo não pode ser
privado do anúncio da Ressurreição. Ele pediu que as pessoas não fiquem
surdas ao forte apelo da unidade que ressoa em especial nesse lugar
sagrado para os cristãos.

Os
dois líderes religiosos rezam junto a Pedra na Unção, dentro da
Basílica do Santo Sepulcro, local no qual o corpo de Jesus foi
depositado após ser retirado da cruz
O Pontífice reconheceu que não se pode
negar as divisões que ainda existem entre os discípulos de Jesus, mas,
olhando com gratidão para o gesto histórico de Paulo VI e Atenágoras,
vê-se como foi possível, por impulso do Espírito Santo, dar passos
importantes rumo à unidade.
“Estamos cientes de que ainda falta
percorrer mais estrada para alcançar aquela plenitude da comunhão que se
possa exprimir também na partilha da mesma mesa eucarística, que
ardentemente desejamos; mas as divergências não devem assustar-nos e
paralisar o nosso caminho. Devemos acreditar que, assim como foi
removida a pedra do sepulcro, assim também poderão ser removidos todos
os obstáculos que ainda impedem a plena comunhão entre nós”.
Ao falar da unidade, Francisco reiterou
seu desejo, a exemplo de seus antecessores, de manter diálogo com todos
os irmãos em Cristo. Ele não deixou de mencionar a região do Oriente
Médio, tantas vezes marcada por conflitos, e recordou que há inúmeros
cristãos perseguidos por causa de sua fé em Cristo Ressuscitado.
“Quando cristãos de diferentes confissões
se encontram a sofrer juntos, uns ao lado dos outros, e a prestar ajuda
uns aos outros com caridade fraterna, realiza-se o ecumenismo do
sofrimento, realiza-se o ecumenismo do sangue, que possui uma eficácia
particular não só para os contextos onde este tem lugar, mas, em virtude
da comunhão dos santos, também para toda a Igreja”.
Por fim, ele pediu que as hesitações do
passado sejam colocadas de lado e que se possa abrir o coração à ação do
Espírito Santo para caminhar rumo ao tão desejado dia da plena
comunhão.
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