
Na
homilia, o cardeal lembrou que a Assembleia tem a marca da alegria das
recentes canonizações de São João XXIII, São João Paulo II e,
especialmente, do Apóstolo do Brasil, São José de Anchieta. “A santidade
é uma vocação universal e as canonizações são um estímulo para nós,
pois nos apresentam um modelo de vida cristã”, declarou dom Raymundo.
A partir da liturgia do dia, o cardeal
recordou que a razão da alegria cristã foi a plenitude da revelação em
Jesus Cristo: “Deus é amor”. “É esta a mensagem que os cristãos devem
anunciar hoje no mundo”. Ele também destacou os principais temas que
estão na pauta da Assembleia, como a renovação das paróquias e a atuação
dos leigos. “A Igreja no Brasil quer, à luz dos 50 anos do Concílio,
avaliar e apoiar a atuação e vocação dos leigos e leigas, na Igreja e na
sociedade brasileira”.
Dom Raymundo também destacou a reflexão
sobre a questão agrária, um tema relevante que está na pauta dos
trabalhos. O episcopado deverá ser divulgado um documento específico
sobre o tema. “Será uma forma de iluminar essa questão tão atual à luz
do Evangelho e do ensinamento social da Igreja”. Por fim, o cardeal
pediu a oração de todos os fiéis pelos trabalhos da Assembleia.

Neste
primeiro ato solene de nossa 52a Assembleia Geral da Conferência
Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), acolho neste Santuário Nacional de
Nossa Senhora Aparecida a todos: os Srs. Cardeais, Arcebispos, Bispos,
administradores diocesanos, presbíteros, consagrados e leigos. Acolho,
de modo particular, em nome de todos, o Sr. Núncio Apostólico, Dom
Giovanni Aniello, cuja presença é um sinal de nossa comunhão com o Papa
Francisco. Acolho os queridos fiéis da Arquidiocese de Aparecida aqui
presentes e os caríssimos Romeiros e Romeiras, vindos de diversas partes
do Brasil. Saúdo e agradeço os profissionais de Comunicação, aqui
presentes, que dão ao povo de Deus, em todo o Brasil, a oportunidade de
acompanhar a cada dia o desenvolvimento dessa Assembleia Geral. Um
cumprimento também ao Mons. Piergiorgio Bertoldi, Conselheiro da
Nunciatura Apostólica no Brasil.
1 – Uma marca especial desta 52ª
Assembleia Geral da CNBB é a alegria da santidade, causada pelas
Canonizações deste último domingo, de S. João XXIII e S. João Paulo II, e
pela Canonização de S. José de Anchieta, Apóstolo do Brasil, dia 03 de
abril passado. A santidade é uma vocação universal. As canonizações são
um estímulo para nós, porque nos oferecem modelos concretos de santidade
e intercessores na comunhão do Corpo Místico de Cristo, que é a Igreja.
2 - Nesta quarta feira da segunda semana
do Tempo Pascal, o santo Evangelho faz ressoar em nosso coração estas
palavras que podem ser consideradas como que uma síntese de toda a
mensagem cristã: “Deus amou tanto o mundo, que deu o seu Filho único,
para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo
3,16). Ao final de seu evangelho, retomando o significado dessa
afirmação, S. João afirma que as coisas que escreveu foram escritas para
que creiamos que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo,
tenhamos a vida em seu nome (cf. Jo 20,31). Crer no amor de Deus, este é
o convite. E isto é possível, porque seu Filho nos revelou a plenitude
do amor, vindo a este mundo e dando por nós sua vida. Assim Ele nos deu a
conhecer que Deus é amor, é dom total, e que nós podemos depositar nEle
toda a nossa confiança e entregar-lhe nossa vida, pois Ele nos ama
incondicionalmente. Esta é a razão da alegria cristã, e este é também o
motivo que nos faz partilhar a fé, por meio da evangelização, certos de
que evangelizando, damos a todos a possibilidade de encontrar a plena
realização de suas vidas, na comunhão com Jesus Cristo.
Como que comentando este texto, o Papa
Francisco interroga, na Exortação apostólica Evangelii Gaudium: “se
alguém acolheu o amor que lhe devolve o sentido da vida, como é que pode
conter o desejo de o comunicar aos outros?” (EG, 8). E acrescenta:
“aqui está a fonte da ação evangelizadora” (Ibid.). Assim ele reconduz a
multiplicidade das ações realizadas pela Igreja em sua missão
evangelizadora à unidade fundamental, à fonte da qual tudo brota, ao
sentido mais originário que é a experiência de ser amado de modo
absoluto e de poder amar de modo total. A experiência da fé é uma
experiência de amor sem limites. A evangelização é a partilha desse
amor.
A primeira leitura nos mostra que os
apóstolos após a libertação milagrosa da prisão, nas primeiras horas do
dia, já estavam no templo evangelizando, como o anjo do Senhor lhes
dissera. Nada consegue impedir que o Evangelho seja anunciado, porque
nada consegue calar o verdadeiro amor. Anunciando ao povo “toda a
mensagem a respeito desta Vida” (At 5,20), os apóstolos obedecem a um
imperativo que lhes vem, ao mesmo tempo, da Palavra de Deus e do mais
profundo de sua experiência de pessoas transformadas pelo encontro com o
amor de Deus em Jesus Cristo.
3. Entre os vários temas que trataremos
nesta Assembleia, o tema central é a renovação paroquial. Discutiremos
uma vez mais o projeto de documento “Comunidade de comunidades: uma nova
paróquia”, agora enriquecido pelas contribuições que vieram de muitas
Paróquias, Dioceses, Regionais e também de pessoas que, individualmente
ou pequenos grupos, procuraram refletir sobre o tema. Renovar as
paróquias, favorecendo que elas tenham as feições de comunidades, é
mantê-las precisamente no centro da experiência cristã. Ser comunidade é
viver a fé na forma do amor fraterno. E este é o apoio de que todos
necessitamos para viver a missão de anunciar o Evangelho com alegria e
entusiasmo. O Papa Francisco nos ofereceu uma orientação ao dizer que a
renovação das paróquias tem por objetivo torna-las ainda mais próximas
das pessoas, sendo âmbitos de comunhão e participação e orientá-las
completamente para a missão (cf. EG, 28).
Entre os temas prioritários estão os fiéis leigos e leigas. Também a respeito dos leigos e leigas, queremos recordar uma afirmação do Papa Francisco: “A imensa maioria do povo de Deus é constituída por leigos. Ao seu serviço, está uma minoria: os ministros ordenados. Cresceu a consciência da identidade e da missão dos leigos na Igreja. [...] A formação dos leigos e a evangelização das categorias profissionais e intelectuais constituem um importante desafio pastoral” (EG, 102). A Igreja no Brasil quer, à luz dos 50 anos do Concílio Ecumênico Vaticano II, avaliar o caminho dos leigos e leigas e apoiá-los para avançar no exercício de sua vocação e missão na Igreja e na sociedade Brasileira.
Entre os temas prioritários estão os fiéis leigos e leigas. Também a respeito dos leigos e leigas, queremos recordar uma afirmação do Papa Francisco: “A imensa maioria do povo de Deus é constituída por leigos. Ao seu serviço, está uma minoria: os ministros ordenados. Cresceu a consciência da identidade e da missão dos leigos na Igreja. [...] A formação dos leigos e a evangelização das categorias profissionais e intelectuais constituem um importante desafio pastoral” (EG, 102). A Igreja no Brasil quer, à luz dos 50 anos do Concílio Ecumênico Vaticano II, avaliar o caminho dos leigos e leigas e apoiá-los para avançar no exercício de sua vocação e missão na Igreja e na sociedade Brasileira.
Outro tema que figura entre os prioritários é a discussão de um documento sobre a questão agrária no século XXI. Será a palavra dos Bispos, de pastores, sobre um tema que tem implicações profundas na sociedade brasileiro e na vida dos pobres.
4. Queridos irmãos e irmãs, a todos peço
que se unam a nós neste dia de Assembleia pela oração e pelo
oferecimento das pequenas ações que semeiem a bondade e paz neste mundo.
Assim, nossa Assembleia, com a graça de Deus, poderá mais eficazmente
atingir o objetivo proposto nas Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora
da Igreja no Brasil: “evangelizar, a partir de Jesus Cristo e na força
do Espírito Santo, como Igreja discípula, missionária e profética,
alimentada pela Palavra de Deus e pela Eucaristia, à luz da evangélica
opção preferencial pelos pobres, para que todos tenham vida (cf. Jo
10,10), rumo ao Reino definitivo” (DGAE, objetivo Geral).
Confiamos nossos trabalhos à Virgem Mãe
Aparecida, em cujo santuário estaremos reunidos todos os dias desta
Assembleia para a Eucaristia e em cujo recinto se desenvolverá nosso
encontro de Pastores, tendo os olhos fixos em Jesus o Bom Pastor.
Cardeal Raymundo Damasceno Assis
Arcebispo de Aparecida – SP
Presidente da CNBB
Fonte: Site CNBB
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