Nesta terça-feira, 11, o mundo
recorda a renúncia ao ministério petrino de Bento XVI, hoje em dia Papa
Emérito. Há um ano, o gesto surpreendeu não só a Igreja, mas todo o
mundo.
Recordando a data, o porta-voz do
Vaticano, padre Federico Lombardi, foi entrevistado pela Rádio Vaticano.
Ele conta que quem já acompanhava Bento XVI mais de perto entendia que
havia uma reflexão sobre a renúncia. Tratava-se de um tema sobre o qual
ele rezava, refletia, avaliava e fazia um discernimento espiritual.
“A clareza com a qual Bento XVI se
preparou para este gesto e, diria, a fé com a qual se preparou, deu-lhe a
serenidade e a força necessárias para cumpri-lo, seguindo com coragem e
com serenidade, com uma visão verdadeiramente de fé e de espera pelo
Senhor que acompanha continuamente a Sua Igreja”, declara padre
Lombardi.
Na época da renúncia, uma das maiores
dúvidas era sobre como seria a convivência entre dois “Papas”, algo
inédito na história. Padre Lombardi revela que, quanto a isso, parecia
claro para ele que não haveria nenhum temor, pois o papado é um serviço,
e não um poder; logo, não gera dificuldade de convivência com o
sucessor. “Há uma solidariedade espiritual profunda entre os Servos de
Deus que buscam o bem do povo no serviço do Senhor”.
Quando renunciou, Bento XVI disse que
continuaria servindo a Igreja com a oração. O porta-voz do Vaticano
afirma que o Papa emérito sempre foi um homem de oração e,
provavelmente, desejava ter um tempo para viver esta dimensão da oração
com mais espaço, totalidade e profundidade. “E este é agora o seu
tempo”.
Sobre o modo como vive, hoje, o Papa
emérito, padre Lombardi diz que é uma vida discreta, sem dimensão
pública, o que não significa uma vida isolada. Ele desenvolve atividades
normais de uma pessoa idosa religiosa: uma vida de oração, de reflexão,
de leitura, de diálogo, de encontro com pessoas que lhe são próximas.
Entre esses relacionamentos, está aquele com o seu sucessor, o Papa
Francisco, que já lhe visitou várias vezes.
“Parece-me que seja muito belo para nós
quando temos aquelas raras imagens dos dois Papas juntos e que rezam
juntos – o Papa atual e o Papa emérito: é um sinal muito belo e
encorajador da continuidade do mistério petrino no serviço à Igreja”.
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