Estrasburgo (RV) - Nesta terça-feira (25), na sede do Parlamento Europeu e antes do seu discurso aos membros daquela instituição, Papa Francisco saudou um grupo de cerca de mil funcionários com suas famílias, no saguão do edifício. Na sequência, houve a tradicional troca de presentes e a audiência particular com o Presidente.
O Santo Padre entregou ao Presidente do Parlamento Europeu, Martin Schulz, um quadro em mosaico com a Pomba da Paz. A obra foi produzida neste ano pelos artistas do Estúdio do Mosaico Vaticano. Já no Livro de Ouro do Parlamento Europeu, o Papa Francisco escreveu a seguinte dedicação em italiano: “desejo que o Parlamento Europeu seja sempre a sede onde cada membro faça com que a Europa, consciente do seu passado, olhe com confiança o futuro para viver com esperança o presente”.
O Presidente do Parlamento foi o primeiro a discursar, saudando a visita do Papa Francisco e agradecendo a sua presença. Martin Schulz começou lembrando o discurso de João Paulo II, 26 anos atrás, que foi um marco no processo que levaria à queda da Cortina de Ferro e à reunificação europeia.
Em seguida, o discurso foi direcionado à ‘crise dramática e sem precedentes’ que a Europa atravessa há 6 anos e que gera graves conseqüências, como a perda de confiança dos cidadãos nas instituições. “Tanto em nível nacional como em nível europeu, essa perda de confiança é de proporções enormes”, disse o Presidente, por isso “é necessária a colaboração de todos para reconquistar a confiança perdida. Nesse sentido, as preocupações da União Europeia e aquelas da Igreja Católica coincidem na sua grande maioria. Os valores de tolerância, respeito, igualdade, solidariedade e paz são nossos deveres compartilhados. A União Europeia é um projeto de inclusão e colaboração, não de exclusão e confronto. Os jovens têm dificuldade para se inserir na sociedade e para encontrar emprego; os imigrantes procuram um futuro melhor para eles mesmos e para os seus filhos; têm pessoas fugindo das guerras e das calamidades e pedem asilo na Europa”.
O Presidente do Parlamento, ao final do discurso, dirigiu-se especialmente às palavras de Papa Francisco, que tem “um valor universal e representam um conselho e uma guia nos tempos de desorientação. A Sua mensagem de paz e diálogo, sinceridade e responsabilidade recíprocas, de solidariedade e fraternidade é um claro convite para encontrar, juntos, as soluções comuns aos desafios que devemos enfrentar. Unidos somos mais fortes que sozinhos. Trata-se de uma mensagem autenticamente europeia. É justamente sobre isso que se baseia a ideia da integração europeia. A Sua história é uma história europeia. A história de uma família que partiu da Europa e encontrou uma nova pátria na América do Sul. A história de um Papa que voltou 'do outro lado do mundo' para reformar a sua Igreja e guiar os fiéis. É uma história que deveria servir de exemplo e pode ajudar a Europa a se renovar e a se reformar”, concluiu Martin Schulz.
(AC-Parlamento Europeu)
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