NOSSOS PADROEIROS
SANTA TERESA D'AVILA
Vida religiosa
Teresa ficou no Convento da Encarnação. Tinha 20
anos. Seu pai, ao vê-la tão decidida, deixou de opor-se à sua vocação. Um ano
depois fez a profissão dos votos. Pouco depois, piorou de uma enfermidade que
começara a molestá-la antes de professar. Seu pai a retirou do convento. A irmã
Joana Suárez acompanhou Teresa para ajudá-la. Os médicos, apesar de todos os
tratamentos, deram-se por vencidos e a enfermidade, provavelmente impaludismo
(malária), se agravou. Teresa conseguiu suportar aquele sofrimento, graças a um
livrinho que lhe fora dado de presente por seu tio Pedro: "O terceiro
alfabeto espiritual", do Padre Francisco de Osuna. Teresa seguiu as
instruções da pequena obra e começou a praticar a oração mental. Finalmente,
após três anos, ela recuperou a saúde e retornou ao Carmelo.
Sua prudência, amabilidade e caridade conquistavam
a todos. Segundo o costume dos conventos espanhóis da época, as religiosas
podiam receber todos os visitantes que desejassem, a qualquer hora. Teresa
passava grande parte de seu tempo conversando no locutório. Isto a levou a
descuidar-se da oração mental. Vivia desculpando-se dizendo que suas
enfermidades a impediam de meditar.
Pouco depois da morte de seu pai, o confessor de
Teresa fê-la ver o perigo em que se achava sua alma e aconselhou-a a voltar à
prática da oração. Desde então, a santa jamais a abandonou. No entanto, ainda
não se decidira a entregar-se totalmente a Deus nem a renunciar totalmente às
horas que passava no locutório trocando conversas e presentes com os
visitantes. Curioso notar que, em todos estes anos de indecisão no serviço de Deus, Santa
Teresa jamais se cansava de prestar atenção aos sermões, "por piores
que fossem".
Cada vez mais convencida de sua indignidade, Teresa
invocava com freqüência os grandes santos penitentes, Santo Agostinho e Santa Maria Madalena, aos quais estão associados dois
fatos que foram decisivos na vida da santa. O primeiro foi a leitura das
"Confissões" de Santo Agostinho. O segundo foi um chamamento à penitência que ela
experimentou diante de um quadro da Paixão do Senhor: "Senti que Santa Maria Madalena vinha em meu socorro... e desde
então muito progredi na vida espiritual". Sentia-se muito atraída pelas imagens de
Cristo ensangüentado em agonia. Certa ocasião, ao deter-se sob um crucifixo
muito ensanguentado, perguntou: "Senhor, quem vos colocou aí?"
Pareceu-lhe ouvir uma voz: "Foram tuas conversas no parlatório que me
puseram aqui, Teresa". Ela chorou muito e a partir de então não voltou
a perder tempo com conversas inúteis e nas amizades que não a levavam à
santidade.
As Carmelitas, como a maioria das religiosas, desde os
princípios do século XVI, já haviam perdido o primeiro
fervor. Já vimos que os locutórios dos conventos de Ávila eram uma espécie de
centro de reunião para damas e cavalheiros de toda a cidade. As religiosas
saíam da clausura pelo menor pretexto. Os conventos eram lugares ideais para
quem desejava uma vida fácil e sem problemas. As comunidades eram muito
numerosas. O Convento da Encarnação possuía quase 200 religiosas.
"Só o amor dá valor a todas as coisas. E o mais necessário é que seja
grande o bastante para que nenhuma coisa o estorve".
Santa Teresa D'Avila
SÃO PEDRO DE ALCÂNTARA
Logo estabeleceu-se na Serra da
Arrábida e, aí, ajudou a
fundar uma série de mosteiros para os chamados Arrábidos (ou Capuchos,
noutras zonas do país), nomeadamente o chamado Convento
da Arrábida. Escreveu
toda a regra da comunidade lá perto, em Azeitão.
Em 1555, iniciou a reforma da Ordem
dos Capuchinhos mediante
as regras "alcantarinas", hoje conhecidas como de "Estrita
Observância". Mais tarde, foram os Arrábidos que foram colocados no Convento de Mafra por dom João V. Acabaram por ser expulsos de Portugal quando da
implantação do liberalismo no país, sendo, então, reintegrados na Ordem Franciscana.
Em 1557, estava no Reino de Portugal que tanto amava.
Era notável pregador e místico, amigo e confessor de Santa Teresa d‘Ávila a quem terá ajudado em 1559 na tarefa de reforma da Ordem Carmelita, a par de S. João da Cruz.
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