Somente
o silêncio guarda o mistério do caminho que o homem cumpre com Deus.
Assim disse o Papa Francisco na homilia na Casa Santa Marta presidida
nesta sexta-feira, 20. O Santo Padre pediu que Deus dê a graça de amar o
silêncio, que tem necessidade de ser guardado distante da
“publicidade”.
Francisco explicou que, na história da
salvação, nem o barulho nem a plateia, mas a sombra e o silêncio são os
lugares que Deus escolheu para se manifestar ao homem. As reflexões do
Papa vieram especialmente do momento da Anunciação, proposto pelo Evangelho do dia, em particular do trecho em que o Anjo diz a Maria que o poder do Altíssimo a “cobrirá com a sua sombra”.
“O Senhor sempre cuidou do mistério e o
cobriu. Não fez publicidade do mistério. Um mistério que faz publicidade
de si não é cristão, não é o mistério de Deus: é um mistério fingido! A
sombra de Deus, na história da vida, ajuda-nos a descobrir o nosso
mistério: o nosso mistério do encontro com o Senhor, o nosso mistério do
caminho da vida com o Senhor”.
O Santo Padre acrescentou que cada um
sabe como Deus trabalha misteriosamente em seu coração, sendo o silêncio
a nuvem que cobre o mistério do relacionamento do homem com Deus. “Este
mistério que não podemos explicar. Mas quando não há silêncio na nossa
vida, o mistério se perde, vai embora. Proteger o mistério com o
silêncio! Aquela é a nuvem, aquela é o poder de Deus para nós, aquela é a
força do Espírito Santo.
E como perfeito ícone do silêncio, o
Papa indicou a Mãe de Jesus, desde o anúncio de sua maternidade até o
Calvário. O Pontífice recordou que, muitas vezes, ela não disse o que
sentia para proteger o mistério da relação com o seu Filho.
“Era silenciosa, mas dentro do seu
coração, quanta coisa dizia ao Senhor! (…) Ela, com o silêncio, cobriu o
mistério que não entendia e com este silêncio deixou que este mistério
pudesse crescer e florescer na esperança (…) O silêncio é o que protege o
mistério. Que o Senhor nos dê a graça de amar o silêncio, de procurá-lo
e ter um coração protegido pela nuvem do silêncio”.
Fonte: Site Canção Nova
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